Pesquisador do CEA-UFF participa de evento promovido pela Embaixada do Cazaquistão

A capital Nur Sultan. Crédito: Young Pioneer Tours.

Cada dia 6 de julho, os cazaques comemoram o dia da capital do país, Nur Sultan, porém, em 2021, a data tornou-se ainda mais especial por conta do aniversário dos 30 anos da independência da República do Cazaquistão. Conta a história que, no não tão longinquo dia 6 de maio de 1998, por decreto do então presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, a cidade de Akmola foi renomeada para Astana, nome esse que, se traduzido do cazaque significa “capital”, a capital do Cazaquistão independente. Posteriormente, o dia de Astana passou a ser considerado o 6 de julho, dia em que o Conselho Supremo do Cazaquistão adotou uma resolução sobre a transferência da capital do país de Almaty, maior cidade do país atualmente, para Astana, hoje chamada Nur Sultan, em homenagem a Nazarbayev.

Crédito: Financial Times.

Por ocasião do dia da cidade e do aniversário da independência, a Embaixada do Cazaquistão no Brasil convidou especialistas de diferentes áreas para apresentações sobre a cidade de Nur Sultan. Em um contexto de desenvolvimento e aspirações alinhados aos processos vividos pelo país em sua curta experiência independente há um passado ainda a ser conhecido pelos brasileiros.

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O pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Federal Fluminense (CEA-UFF), Edélcio Américo, falou sobre a nova capital como um elemento que agrega novas páginas à história de um país de cultura tão rica, como uma releitura do passado em sua arquitetura, museus, na representação do país em miniatura e na própria localização central da cidade no país. O Cazaquistão é um um gigante entre gigantes, entre China, Rússia e o mundo islâmico, mediador da paz e centro de trocas culturais ao longo da história.

Além disso, enfatizou que: “a independência trouxe consigo novas responsabilidades, não apenas a criação de novos símbolos nacionais: bandeira, hino, brasão e uma moeda nacional, mas o resgate de tudo aquilo que sempre foi originalmente seu: história, lutas, esforços e conquistas. As novas gerações do país devem conhecer bem a grandeza de sua história, orgulhar-se de seu passado, dignificar o seu presente e construir o futuro sobre tais bases”.

Para complementar, o pesquisador lembrou que as “Américas tiveram processos de independência marcados por posteriores dificuldades e resgates. Entre o final do século XIX e início do XX, estimularam a memória coletiva, o patriotismo e fortaleceram o surgimento de uma identidade nacional”. Sem esquecer de que “em 2022, o Brasil celebrará os 200 anos da independência de Portugal, data importante para uma reflexão sobre nossa trajetória, sobre os desafios que já enfrentamos, aqueles que temos diante de nós e em perspectiva. Brasil e Cazaquistão são países jovens, mas que carregam o peso de uma longa história e a grande esperança de tornarem-se grandes líderes em um futuro próximo”.

Para finalizar, parabenizou a República do Cazaquistão pelos 30 anos de sua independência, na esperança de que os projetos conjuntos continuem para “contarmos juntos a história do país em língua portuguesa por meio dos grandes filhos dessa pátria. Em parceria com a Embaixada do Cazaquistão, apresentamos para o público brasileiro trabalhos de Abai Qunanbayuli  e Al Farabi, pilares da  filosofia e das ciências no oriente e do primeiro presidente do Cazaquistão independente, Nursultan Nazarbaev. Que a herança cultural cazaque continue sendo apresentada ao público brasileiro por meio de traduções e eventos”.

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por Anders Noren

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