Inauguração de monumento ao navegador russo Bellingshausen no Rio celebra as relações históricas entre Rússia e Brasil

Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen. Crédito: Facebook do Consulado Geral da Rússia no Rio.

Nesta quinta-feira, 30 de setembro de 2021, no Pier de Pedra, centro do Rio de Janeiro, ao lado do Aeroporto Santos Dumont, foi inaugurado o monumento ao navegador russo Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen, também conhecido como Faddei Faddeievitch Bellinsgauzen na Rússia, que entrou para o história como o explorador e navegador russo que serviu como oficial da Marinha Imperial da Rússia e comandou a Primeira Expedição para a Antártica Russa a circum-navegar o globo. Conforme informa o Consulado Geral da Federação da Rússia no Rio de Janeiro, o evento contou com a presença do embaixador da Rússia no Brasil Aleksei Labetski, cônsul geral da Rússia no Rio de Janeiro Vladimir Tokmakov, autoridades da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro como a secretária municipal de conservação Anna Laura Seco, comandantes da Marinha do Brasil, membros da Associação dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, representantes do comunidade de compatriotas e da Igreja Ortodoxa Russa.

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Em uma parceria, intermediada pelo Consulado da Rússia no Rio de Janeiro, entre a Coordenadoria de Relações Internacionais da Secretária Municipal de Conservação do Rio e a Fundação de Arte, Ciência e Esporte da Rússia, a estátua de bronze, esculpida pelo artista Aleksei Lieonov, veio para o Brasil e foi alocada estrategicamente no mesmo local onde Bellingshausen aportou em 1819: no interior da Baia da Guanabara, próximo à Ilha de Villegaignon, onde hoje está Instalada a Escola Naval do Brasil, como lembra o professor e vice-presidente da Casa da Força Expedicionária Brasil, a FEB, Israel Blajberg que esteve presente na cerimônia.

Segundo informado, no início da cerimônia, após a execução dos hinos do Brasil e da Rússia, o embaixador destacou a importância de preservar a memória histórica do navegador russo no Brasil e que esta iniciativa contribuirá para o aprofundamento do estudo e do conhecimento da história dos povos de ambos os países. A representante da liderança da prefeitura do Rio de Janeiro, por sua vez, salientou a importância da cooperação entre Brasil e Rússia, inclusive na esfera humanitária, enfatizando a importância do monumento ao navegador russo para a vida cultural da cidade.

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O bispo da Igreja do Santo Mártir Zinaida no Rio de Janeiro, hegúmeno Innokenty (Denshchikov) consagrou a escultura. De acordo com o noticiado, o evento teve ampla cobertura da mídia brasileira e russa e despertou grande interesse do público brasileiro. Em entrevista a Band News, o embaixador Aleksei Labetski disse: “Nós consideramos que Bellingshausen foi o descobridor do caminho para a Antártica e foi o primeiro homem que viu o continente gelado e conseguiu ultrapassar as águas muito agitadas do sul”. Já a secretária Anna Laura Seco enfatizou que o monumento vem para abrilhantar ainda mais a já linda paisagem da Baia de Guanabara.

Crédito: Facebook do Consulado Geral da Rússia no Rio.

E o professor Blajberg, em sua página pessoal no Facebook, disse: “Há mais de dois séculos, os tripulantes russos puderam descortinar do convés o belo panorama que hoje pode ser admirado do mesmo local: o Pão-de-Açucar, Corcovado, Niterói, e as fortalezas erguidas pelos portugueses em volta da barra, Santa Cruz, São José, barreiras prontas a repelir o inimigo invasor. Mas Bellingshausen vinha em missão de paz, sendo recebido por Dom João VI. Dez anos depois foram estabelecidas as relações diplomáticas entre o Brasil e a Rússia. Mal imaginaria o navegador que, no futuro, as duas Nações Amigas, tão longe, estariam tão perto, unidas no BRICS“.

O almirante Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen. Crédito: Wikipedia.

Na inauguração estiveram presentes: o diretor do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha José Carlos Mathias; o presidente da Sociedade de Amigos da Marinha do Rio de Janeiro José Antônio de Souza Batista; o também vice-presidente da Casa da FEB e cineasta Daniel Mata Roque; o professor da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB/DF) Aquilino Bouzan; o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexander Zhebit; e o sub-comandante do Batalhão de Polícia Turística da Polícia Militar (BPTur) o tenente coronel Scherrer.

No âmbito da Primeira Expedição Antártica Russa, os navios de BellingshausenMikhail Lazarev chegaram ao Rio de Janeiro em 2 de novembro de 1819. Sua recepção pelo rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves simbolizou o grande interesse na expedição antártica russa pelo Trono Real, estabelecendo o ponto mais alto entre as relações da Rússia com esta parte do mundo neste período histórico. Em 2020, a Rússia e o mundo todo, inclusive o Brasil, comemoraram amplamente o 200º aniversário da descoberta da Antártica pelos marinheiros russos Faddei Bellingshausen e Mikhail Lazarev que no âmbito da Primeira Expedição Antártica Russa em 1820 nos navios “Vostok” e “Mirniy” foram os primeiros a explorar o continente antártico.

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por Anders Noren

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