Conversações: o boom midiático do karatê de Okinawa e sua importância no Brasil

O karatê vem do tode ou todi que é uma grande quantidade de técnicas, formas e conhecimento marcial desenvolvidos no arquipélago e antigo reino de Ryukyu (atual Okinawa), a partir do intercâmbio com a China. Crédito: reprodução da internet/ Pinterest.

Na edição desta quarta-feira, dia 9 de fevereiro, o programa Conversações da Revista Intertelas, apresentado e co-produzido pelo historiador, especialista em Japão, pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Federal Fluminense (CEA-UFF) Mateus Nascimento e transmitido através do canal da publicação eletrônica nas plataformas Spotify (clique aqui) e SoundCloud (clique aqui), recebe o pesquisador da cultura japonesa e do lugar do karatê na cultura brasileira Gustavo Oliveira para um bate-papo. Entre os temas abordados estão: sua trajetória como artista marcial, suas pesquisas realizadas na Universidade Federal de Goiás, a prática de karatê no Brasil e, sobretudo, os resquícios da cultura okinawana. Especificamente, será ainda debatido o quanto os praticantes de karatê importam-se com as nuances da história desta arte marcial japonesa.

De acordo com a Confederação Brasileira de Karatê (CBK): “O Karatê é uma palavra japonesa que significa ‘mãos vazias’. É uma arte altamente científica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de autodefesa. O maior objetivo do karatê é a perfeição do caráter, através de árduo treinamento e rigorosa disciplina da mente e do corpo. O karatê-ka (cultor de karatê-do) utiliza como armas as mãos, os braços, as pernas, os pés, enfim, qualquer parte do corpo”.

O pesquisador da cultura japonesa e do lugar do karatê na cultura brasileira Gustavo Oliveira. Para escutar o programa, clique na foto. Crédito: arquivo pessoal.

Sim, o karatê vem do tode ou todi que é uma grande quantidade de técnicas, formas e conhecimento marcial desenvolvidos no arquipélago e antigo reino de Ryukyu, a partir do intercâmbio com a China. De certa forma o tode é esse cabedal marcial que Ryukyuanos aprenderam com os chineses ao longo de séculos de interação cultural. Hoje em dia, politicamente e juridicamente falando, o antigo reino de Ryukyu está na forma da província de Okinawa sob o controle do Japão.

O que houve foi a invasão e anexação paulatina desse reino até então independente. Inicialmente pelo Han de Satsuma em 1609 (ainda quando o Japão nem era unificado enquanto um moderno Estado Nação), esse processo de anexação vai concluir-se com o Ryukyu Shobun (1872 – 1879) quando se estabelece a Província de Okinawa. É claro que o Ryukyu Shobun estava alinhado com outro processo político e cultural profundo que foi a “Restauração” Meiji” (1868), quando o Japão moderniza-se e torna-se, de fato, um Estado Nação. Certamente, o karatê seria um veículo que aproxima brasileiros de um “espírito japonês” – mas, e se pensássemos sobre as conturbadas situações dessa arte marcial tão famosa e querida?

Conversações, da Revista Intertelas, é apresentado e co-produzido pelo historiador, especialista em Japão, pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da Universidade Federal Fluminense (CEA-UFF) Mateus Nascimento. Para acompanhar o pragrama, clique no folder. Crédito: Mariana S. Brites/ Intertelas.

O programa Conversações da Intertelas adentra os diversos meandros da cultura japonesa e nipo-brasileira: literatura, músicas, filmes e outros. O objetivo é aproveitar, de forma descontraída, um pouco das manifestações artísticas e cultural deste país que, apesar de tão distante geograficamente, ao mesmo tempo, encontra-se bastante presente no nosso cotidiano. Acompanhe o novo episódio, nesta quarta-feira, pelos canais da Intertelas no Spotify e no SoundCloud disponibilizados no link abaixo.

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por Anders Noren

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