“Estamos preparados para qualquer tipo de enfrentamento aos EUA”, embaixador norte-coreano no Brasil

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) recebeu palestra sobre os 70 anos da vitória da Coreia na Guerra de Libertação da Pátria, com a participação especial do embaixador da Coreia do Norte no Brasil. A inciativa foi promovida pelo Centro de Estudos da Política Sogun Brasil, em colaboração com a Associação de Amizade com a Coreia. Crédito: Mariana Scangarelli Brites/Intertelas.

O dia 27 de Julho é uma data especial para todos aqueles que habitam a península coreana, pois há 70 anos, precisamente em 1953, um armistício foi assinado, pondo fim a chamada Guerra da Coreia. Posteriormente, o país seria dividido em Coreia do Norte e Coreia do Sul e a península assumiria uma importância estratégica mundial, já que é vizinha de Rússia e China, os dois principais países que os Estados Unidos e seus aliados consideram inimigos.

Quando o assunto é a Guerra da Coreia (1950-1953), normalmente é a versão da Coreia do Sul, aliada dos EUA, que é levada em conta. Mas ao ouvir a posição do Norte, o leitor vai perceber que há muitos fatos históricos que são constantemente não mencionados e deixados à margem do conhecimento geral do público global. No dia 21 de julho, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (CREA-RJ) abriu as portas de seu auditório para receber uma palestra com a presença especial do embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) no Brasil Kim Chol Hak.

O embaixador da Coreia do Norte Kim Chol Hak. Crédito: Mariana Scangarelli Brites/Intertelas.

Organizado pelo Centro de Estudos da Política Songun Brasil (CEPS-BR), com a colaboração da Associação de Amizade com a Coreia, e com o apoio de várias organizações e movimentos sociais do Rio e do Brasil, o evento objetivou refletir sobre a vitória histórica dos norte-coreanos na chamada Guerra de Libertação da Pátria, denominação que o país estabeleceu para a guerra. A importância da iniciativa chega em hora importante, já que neste momento da história humana, a península volta a ser uma região de turbulência para o cenário internacional com a possibilidade de avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na Ásia do Leste e o convite dos EUA para que a Coreia do Sul envie armas para a Ucrânia.

Por que os EUA estão tentando envolver a Coreia do Sul na crise de segurança na Europa?

Hoje, para celebrar o 70º Aniversário da vitória dos norte-coreanos na guerra que impôs um armistício aos EUA e seus aliados, o ministro da defesa da Rússia, Serguei Shoigu, foi à Pyongyang, capital da Coreia Popular, para presenciar os festejos em comemoração da vitória na Guerra de Libertação da Pátria. E não apenas os russos, Li Hongzhong, o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular China, está liderando uma alta comitiva chinesa que está visitando a RPDC. A China que foi parceiro estratégica da Coreia do Norte durante a guerra para deter o avanço dos EUA.  Ao levar algumas destas questões em conta, o leitor atento já percebe que um novo contexto explosivo e preocupante pode estar sendo desenvolvido neste momento e o primeiro passo para tentar entendê-lo é estudar o passado.

Campo democrático x Campo imperialista

Em seu discurso que abriu o evento e foi traduzido pelo secretário da embaixada da RPDC Kim Jong Chol, o embaixador norte-coreano enfatizou que esta data é a comemoração de maior orgulho de sua pátria. “Nada é mais glorioso para um país do que vencer uma guerra que determinaria a vida ou a morte de seu povo. A Guerra da Libertação da Pátria, como nos referimos à Guerra da Coreia, foi uma confrontação militar que resultou em um grande custo de vidas para salvaguardar o nosso território dos agressores, assim como o primeiro enfrentamento sangrento após a Segunda Guerra Mundial entre os dois polos: o campo democrático e o imperialista“, salientou o diplomata.

O secretário Kim Jong Chol foi o tradutor do discurso do embaixador da Coreia do Norte no Brasil. Crédito: Mariana Scangarelli Brites/Intertelas.

Na guerra além dos soldados dos EUA, mais de 15 países aliados aos estadunidenses enviaram forças para participar do conflito. Esquecida pelo mundo ocidental, a guerra que iniciou em 1950 foi uma das mais cruéis, severa e de proporções mundiais. Em especial para a Coreia do Norte foi um verdadeiro desastre.

Era uma carga muito pesada para um país com apenas dois anos de fundação e que teve de enfrentar as tropas norte-americanas mais atrozes do mundo e o seu grupo de seguidores bélicos. Mas o mundo viu um milagre acontecer e o gigante desabar como um muro de areia. Desde os primeiros dias da guerra, as tropas agressoras norte-americanas e seus aliados tropeçaram com contragolpes impiedosos proporcionados pela valentia dos soldados coreanos, que deixaram os agressores sofrerem repetidas derrotas ao longo dos três anos de árdua luta, deixando finalmente aos inimigos a opção de desistir e firmar o Acordo de Armistício“, relembrou o embaixador norte-coreano.

Defendemos a dignidade, a honra e a soberania da República, preservamos o ambiente favorável ao desenvolvimento independente do país e salvaguardamos a paz da humanidade ao impedir a execução da estratégia de hegemonia mundial dos norte-americanos e evitar um novo confronto planetário. Os Estados Unidos, o maior ameaçador da história contemporânea da Coreia, persiste em seus perigosos atos de hostilidade contra nossa República. Sob o pretexto de fortalecer a sua ‘aliança’ com o sul da Coreia, instiga as autoridades sul-coreanas ao enfrentamento suicida contra os compatriotas do Norte e difundem obstinadamente as falsas informações sobre uma tal ameaça dos norte-coreanos“, adicionou Kim Chol Hak.

Para o diplomata, inventar uma mentira sobre a Coreia do Norte e depois embrulhá-la como autêntica através das grandes mídias manipuladas pelo mundo inteiro é a tática das elites dos EUA para pressionar o seu país. “Um exemplo disso é que ultimamente inventaram uma história que diz que a nossa República é a ‘autora da instabilidade da região da Ásia e é um ‘Estado perigoso’. Eles consideram como provocadoras e ameaçadoras todas as ações rotineiras das nossas forças armadas, enquanto eles mesmos realizam abertamente nas águas coreanas exercícios militares de grande escala, que atentam seriamente contra a segurança de nossa República. Esta atitude contraditória e de pauta dupla deles é cínica, é própria dos bandidos e leva as relações bilaterais ao extremo e ao enfrentamento total“, disse o embaixador.

A RPDC está preparada para qualquer tipo de enfrentamento contra os Estados Unidos. Diante das bruscas mudanças da conjuntura político-militar e de possíveis crises futuras, seguiremos marchando com maior velocidade e entusiasmo no caminho da construção das Forças Armadas autodefensivas e modernas. Acima de tudo, continuaremos a tomar medidas que visem consolidar ainda mais, com a máxima celeridade, as forças nucleares que o nosso Estado possui“, deixou de sobreaviso o diplomata.

A primeira e principal missão de nossas armas nucleares é dissuadir a guerra. Mas elas não ficarão acatadas à sua primeira missão de ter que prevenir a guerra, mesmo estando numa situação indesejada e criada fora de nossa vontade no nosso próprio território. Se alguma força tentar prejudicar os interesses fundamentais do nosso país, as nossas armas nucleares serão obrigadas a cumprirem resolutamente a sua segunda missão, contra a sua vontade. A RPDC é fiel a sua missão e responsabilidade como um Estado Nuclear e continuará a sua luta por erradicar até a mínima ameaça de guerra nuclear dos imperialistas norte-americanos e preservar a paz da região e do mundo“, concluiu.

Um abraço fraterno vindo da Inglaterra

Dermot Hudson, presidente do Grupo Britânico para Estudos da Ideia Juche, da Associação para o Estudo da Política Sogun Reino Unido e da Associação de Amizade com a Coreia do Reino Unido, que esteve no Rio de Janeiro há quatro anos para o seminário da CEPS- BR na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), fez questão de enviar uma carta especial para o evento que foi lida pelo presidente do CEPS-BR Lucas Rubio. Para o também estudioso em Coreia do Norte, o Exército Popular da Coreia (EPC), comandado pelo líder Kim Il Sung, conduziu uma estratégia de guerra que impôs aos EUA uma perda significativa de suas forças.

Segundo ele, foram mais de 1.567.128 homens, incluindo 405.498 soldados dos EUA, 1.130.965 da Coreia do Sul e 30.665 de Estados satélites que foram mortos, feridos ou capturados. Além disso, Hiudson recordou que 12.224 aviões, incluindo a “fortaleza aérea B-29”, foram abatidos, danificados ou capturados; 7695 canhões, 3255 tanques e carros blindados foram perdidos; e 564 navios de guerra e embarcações, incluindo o cruzador pesado Baltimore e a nau capitânia da Sétima Frota, o USS Missouri, foram afundados ou danificados.

“Foi uma guerra sagrada para a reunificação coreana” – Dermot Hudson, especialista em Coreia do Norte

A perda sofrida pelos EUA foi quase 2,3 vezes maior do que a que sofreram nos quatro anos da Guerra do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo as estatísticas oficiais dos EUA mostram que durante cada um dos três anos da guerra da Coreia, eles perderam o dobro de tropas para cada ano da guerra do Vietnã. O general Mark Clark lamentou ter sido o primeiro comandante estadunidense a concluir uma guerra civil sem vitória quando assinou o armistício em 1953. A Guerra de Libertação da Pátria do povo coreano foi uma batalha desigual, pois os imperialistas dos EUA lançaram enormes forças armadas somadas às tropas de 15 de seus países satélites, bem como os militaristas japoneses, sem mencionar os sul-coreanos“, mencionou Hudson em sua carta.

Ainda de acordo com ele, os EUA usaram métodos bárbaros de guerra que excediam os dos nazistas de Hitler. “Eles usaram germes, guerra química e realizaram massacres horrendos. Mesmo assim, tudo isso falhou em subjugar o povo coreano que obteve uma grande vitória. As forças do EPC derrotaram a chamada ‘Invencível 24ª Divisão dos EUA’, fazendo prisioneiros seu comandante General Dean. Dean foi o primeiro general dos EUA a ser capturado por um lado oposto em uma guerra dos EUA. A Guerra de Libertação da Pátria terminou em vitória devido às táticas e doutrinas militares orientadas pelo Socialismo Juche, liderança revolucionária de estilo Songun de Kim Il Sung e o heroísmo do EPC“, salientou. Conforme Hudson, a derrota dos EUA na Coreia precedeu a no Vietnã e em outros lugares comprovando que a vitória do povo coreano foi uma grande contribuição para o movimento revolucionário mundial, pois mostrou que o imperialismo dos EUA podia ser detido e derrotado.

O professor de história pela Universidade de Winchester, doutor em ciências políticas pela Universidade Kim Il Sung da República Popular Democrática da Coreia e presidente da Associação de Amizade com a Coreia do Reino Unido Dr. Dermot Hudson. Crédito: Arquivo Lucas Rubio.

O papel da ditadura de Syngman Rhee, primeiro mandatário da Coreia do Sul e aliado dos EUA, e sua responsabilidade pelo inicio da guerra

Pouco é mencionado sobre o governo de Syngman Rhee e suas escolhas que também determinaram o caminho para o início da guerra. Em sua fala, o pesquisador e presidente da Associação de Amizade com a Coreia do Brasil Emanuel Tejerina, argumentou sobre a importância de ter o entendimento histórico sobre o funcionamento da dinâmica político-social e histórica da península coreana. Segundo ele, antes de 1950, é possível traçar diversas provocações por parte do governo de Syngman Rhee.

Até mesmo em fontes dos Estados Unidos, eles admitem que houve a provocação por parte do sul e que eles fomentaram o conflito. O interesse do primeiro governo da primeira república do sul era exterminar comunistas desde 1948. Na pesquisa que eu tenho feito do período pré-guerra, é possível observar um potencial grande de confronto com o interesse dos Estados Unidos em tornar a  península coreana uma área de influência deles. Principalmente, em 1949 com a vitória da China popular, os EUA também reforçaram sua intenção em tomar a península“, explicou Tejerina.

O estudo do pesquisador foca ainda na Lei de Segurança Nacional da Coreia do Sul. Conforme ele, no dispositivo legal da lei o anticomunismo está claro. “E é até mais do que isso, o dispositivo vai atrás de qualquer força que seja de esquerda, mesmo que não seja comunista. E até hoje essa lei é vigente. Porém, em 1948, quando ela foi promulgada, teve o objetivo claro de exterminar os comunistas da região.

Emanuel Tejerina, presidente da Associação de Amizade com a Coreia do Brasil. Crédito: Mariana Scangarelli Brites/Intertelas.

Não posso deixar de mencionar, por exemplo, os massacres que ocorreram na Ilha de Jeju, que fica ao Sul da Península. Na época, a ilha teve um levante contra as forças estadunidenses que estavam ocupando a região. A repressão contra o levante foi massiva, truculenta, violenta e até hoje as pessoas buscam informações sobre o que ocorreu. Além deste, outros tantos levantes ocorreram e a perseguição aos comunistas foi implacável. A maioria foi morte e torturada. E mesmo pessoas que não eram comunistas e nem estavam envolvidas em qualquer movimento sofreram com a repressão do governo“, lembrou Tejerina.

Conforme ele, a medida que avança em seus estudos, a sua conclusão de que, na verdade, foi o sul que provocou o conflito, vai fortalecendo-se. “A liderança da Coreia do Sul na época estava totalmente ligada a grupos ultraconservadores, que tinham engendrado um pensamento conservador junto a ideia de que os Estados Unidos tinham o interesse apenas de desenvolver a região. Isso caiu por terra porque o real interesse dos EUA foi implantar bases, o que ocorreu. Ficamos sabendo ainda sobre os protestos de fazendeiros do sul que se revoltaram contra colocar mísseis nas regiões das fazendas deles. Assim, a situação real da Coreia do Sul é de um país ocupado“, salientou.

O representante da Associação de Amizade com a Coreia do Brasil ainda afirma que os EUA não queriam e não querem uma Coreia unida. “As lideranças do norte na época estavam angariando buscar um diálogo com o sul. Eles sempre buscavam ter informações e saber o que  os trabalhadores da Coreia do Sul estavam fazendo. Investiram de fato muito tempo, muita disposição para que houvesse uma união da península, mas o empecilho foi justamente o domínio militar“.

De acordo com Tejerina, os EUA articularam através da ONU a base para ir à guerra na Coreia e tentaram promover a ideia de que havia uma união global para impedir o norte de dominar o sul. “Na verdade, a situação não chegou nem perto disso. Por questões políticas a União Soviética não pode vetar a autorização para o conflitos bélico na Coreia, nas sessões do Conselho de Segurança da ONU. Os EUA aproveitaram a situação para ter autorização para a guerra. São provocações que aconteceram e acontecem até hoje. Infelizmente, a vigilância da Coreia do Norte precisa ser constante. Se as pessoas começarem a pesquisar sobre quantos testes nucleares os Estados Unidos fizeram ao longo da história, foram 1030 mil até a moratória deles em 1992.  E eles foram até o fim destes testes nucleares e aperfeiçoaram este armamento. Normalmente chegam até nós informações quando ocorre um teste de um míssil da Coréia Popular, e isso vira notícia mundial instantaneamente, o mesmo não ocorre com os EUA“, informou.

O envio recente de submarinos nucleares para a Coreia do Sul apoia o argumento do pesquisador que ainda alerta: “É uma clara provocação. O Norte está fazendo o que precisa fazer, enquanto um país soberano e que almeja permanecer assim. É vergonhoso ver o próprio presidente sul-coreano entrando neste submarino e dizendo que com aquilo há uma segurança para o seu país. Parece que ele não entende o nível de submissão da Coreia do Sul. É uma falácia que há soberania no sul. Eles atendem a comandos de Washington. É triste ver o tamanho do controle que a sociedade sul-coreana está submetida, mas não percebe. Estão sob domínio militar, político, cultural, social e até econômico“.

A guerra foi esquecida nos Estados Unidos

Em sua intervenção Lucas Rubio, presidente do CEPS-BR, disse que a derrota estrondosa dos Estados Unidos na Coreia é algo que eles tentam esconder a todo custo. Conforme ele, são difíceis as séries, filmes ou músicas que fazem menção à guerra na Coréia. “Houve até mesmo problema com as pessoas que voltaram da guerra inválidas e que foram esquecidas pelo Estado estadunidense. Elas foram apagadas e colocadas de lado. Essa é uma guerra que custou muito caro para os Estados Unidos”, informou. Rubio ainda comentou sobre a preocupação das grandes redes de mídia no mundo com a questão nuclear norte-coreana. “As potências ocidentais gostam de falar que todo problema do mundo são os países do terceiro mundo que estão causando. A única nação a usar armas nucleares contra uma outra foi os Estados Unidos da América, sem necessidade militar tática alguma“, explicou Rubio.

Ele ainda lembrou que, ao longo dos anos, os EUA conduziram uma série de testes nucleares que vão literalmente destruir ecossistemas valiosíssimos do planeta e a terra de muitos povos originários da Oceania. “Os Estados Unidos detonaram bombas nucleares em locais como ilhas que estavam intocadas há centenas de anos no Pacífico. Hoje em dia, nas Ilhas Marshall, a taxa de câncer e de doenças ligadas a mutações genéticas é altíssima e incomparável com o restante do mundo. A França utilizou a África para seus testes de bombas nucleares. O Reino Unido fez o mesmo no Pacífico, mas ninguém está nervoso com as bombas do Reino Unido, da França e dos EUA, deve ser apenas a Coréia do Norte que é um problema à paz mundial e ao meio ambiente“, ironizou.

Lucas Rubio, presidente do Centro de Estudos da Política Sogun. Crédito: Mariana Scangarelli Brites/Intertelas.

Se não tivessem sido os Estados Unidos, a Coreia do Norte nunca teria a necessidade de desenvolver armas nucleares. O programa nuclear norte-coreano custa caríssimo ao povo coreano, mas ele infelizmente teve que ser feito porque é a única linguagem que os Estados Unidos respeitam. Lembrem que o Trump em seu discurso de posse falou que jamais permitiria à Coréia do Norte obter armas capazes de chegar ao território dos EUA. Ele disse que iria tratar a Coréia a fogo e fúria, Mas no dia quatro de julho de 2017, aniversário da independência dos Estados Unidos, a República Popular Democrática da Coréia testou pela primeira vez um míssil capaz de chegar ao território dos Estados Unidos. O que o Trump fez na semana seguinte? Pediu para conversar com Kim Jong Un“, disse Rubio.

As sanções aplicadas contra a Coreia também foram um tópico da exposição de Rubio. Segundo ele, estas objetivam não apenas barrar o programa nuclear, mas matar o povo da Coreia do Norte. De acordo com Rubio não se trata apenas de uma guerra contra um Estado, é uma guerra contra um povo e contra um ideal revolucionário. “A Coreia do Norte incomoda porque é um Estado socialista que nunca abriu mão da sua política. Os norte-coreanos sempre mantiveram-se firmes, mesmo estando em um país tão pequeno, com apenas vinte e cinco milhões de pessoas. Eles conseguem fazer o maior país do mundo tremer na base. Isso é uma espinha na garganta do tio Sam, pois para eles é desesperador pensar que um país tão pequeno consegue impor tamanha derrota“, salientou.

Os Estados Unidos já deram todas as provas de que não desistirão até aniquilarem a Coreia do Norte por completo, por isso as sanções. Ora, se o socialismo é uma coisa tão ruim assim, tão destinada ao fracasso, por que é preciso embargar todos os países socialistas, sufocá-los, esperando que eles fiquem lá morrendo? Ué, se o bom é o livre comércio, a livre concorrência, deixe Cuba e Coréia comercializarem e levarem a sua imagem e ideias para o restante do mundo“, concluiu.

 

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por Anders Noren

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