Senge-RJ recebe Lúcia Murat para debate do filme “Uma Longa Viagem”

Heitor e Lúcia Murat no documentário “Uma Longa Viagem” (2011).

Dando continuidade a Mostra “Cinema de Resistência & Debate”, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) vai exibir nesta quinta-feira, dia 6 de setembro, às 18h, na sede do Sindicato, Avenida Rio Branco, 277, auditório, 17° Andar, o documentário dirigido por Lúcia Murat. A entrada é franca e a projeção será seguida de um debate com a diretora.

Nesta produção, Murat narra as vivências do irmão Heitor Murat Vasconcellos, enviado a Londres pela familia, no intuito de afastá-lo da possibilidade de seguir os passos da irmã. Lúcia foi integrante do grupo comunista Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) que esteve na luta contra a ditadura militar brasileira. Formado em 1964, no âmbito universitário da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, iniciou com nome “Dissidência do Rio de Janeiro”(DI-RJ), assumindo posteriormente o nome MR-8, em memória a captura de Ernesto “Che” Guevara, na Bolívia, em 8 de outubro de 1967. Murat foi presa e torturada em razão de sua participação no movimento.

39* Festival de Cinema de Gramado. Caio Blat e Lucia Murat recebem o prêmio de Melhor Filme (longa brasileiro) por “Uma Longa Viagem”. Crédito: Gabriela Di Bella/PressPhoto.

Em Londres e em suas duas viagens ao redor do mundo, Heitor viveu intensamente as transformações políticas e sociais da década de 1970. Especialmente do movimento hippie Swinging London, o qual ele decide experienciar em todas as suas dimensões. O uso de drogas e o choque cultural dos locais pelos quais passou fizeram com que Heitor terminasse sua longa jornada internado em uma casa de saúde na Índia pela Embaixada Brasileira .

Tais vivências estão presentes nas cartas que foram guardadas pela mãe dos três irmãos (Lúcia, Heitor e Miguel), servindo de inspiração para a construção do roteiro e motivação à diretora. Este projeto foi impulsionado em um momento delicado da vida da cineasta, quando seu irmão Miguel, a quem ambos eram muito próximos, faleceu.

Ao longo da história, o público é levado a conhecer diversas regiões do mundo, de culturas diferentes, bastante distantes do universo ocidental e do dia-a-dia dos brasileiros. Somado a isso, é possível embarcar em uma viagem ao passado recente, de uma geração marcada por profundos embates ideológicos, políticos e sociais. Através dos depoimentos de Heitor, das colocações de Lúcia, da releitura das diversas cartas realizada pelo ator Caio Blat, que também encena algumas passagens, além das inúmeras imagens de arquivo dos lugares em que Heitor esteve, o público acaba tendo acesso à relatos de fatos históricos importantes deste período. Esta obra recebeu o Kikito de Melhor Filme no Festival de Gramado, em 2011.

Entrevista feita pela TV PUC

Para mais informações acesse o site do Senge-RJ.

 

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por Anders Noren

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