É com um grito, um estribilho quase impronunciável, que “Amadeus” de Miloš Forman inicia. A paisagem invernal e um sombrio acorde inauguram a cena – e o filme. Entendemos, aqui e ali, palavras soltas, desconexas: “Mozart, Mozart, perdoe o seu assassino“. Este maravilhoso introito diante de nós e, assustados, constatamos que em apenas um minuto... Continuar Lendo →
O segredo de quem não vê
Acho que todos nós que gostamos de cinema percebemos o quanto cada cena, cada imagem, cada gesto corresponde a uma intenção narrativa. Cada minuto corresponde a uma soma incalculável de pensamentos e mesmo um filme concebido para ser mainstream segue por esse caminho, representando ideias e projetos nem sempre expressamente ditos. O desafio de se... Continuar Lendo →
O cataclismo familiar de “Rastros de um sequestro”
É bastante característico que uma sociedade em meio a um período de transição, de crise, acabe por instigar a arte em geral e apresente ao público uma série de trabalhos que venham refletir sobre o estado atual das coisas. A Coreia do Sul, após décadas de desenvolvimento econômico, que exigiu um altíssimo esforço e sacrifício da... Continuar Lendo →
“Robocop” (1987), de Paul Verhoeven: capitalismo neoliberal e a busca pela humanidade perdida
Existem filmes que não envelhecem. Existem filmes que ficam melhores com o tempo. O jovem clássico “Robocop” de 1987, dirigido com fúria por Paul Verhoeven, enquadra-se nesta categoria. Lembrei-me do filme ao ler a curiosa notícia da “falência” da cidade de Detroit. Parece-nos bizarro a falência de uma cidade, mas a crença americana nas leis do... Continuar Lendo →
Uma Pátria invisível? Breves comentários sobre as incursões televisivas que abordam o ETA e o País Basco
A história da Espanha tem como um dos seus marcos os conflitos em torno da unidade nacional. No turbulento século XX, palco da Revolução e Guerra Civil Espanhola e do Franquismo, isso não foi diferente. O País Basco teve um dos mais engajados e violentos movimentos separatistas da história contemporânea. O grupo terrorista ETA (Euskadi... Continuar Lendo →
“Querida Konbini”: a difícil tarefa de aceitar e viver a felicidade genuína
A humanidade tem como base de seus princípios morais a produtividade sistêmica. Alguns irão argumentar que não, que se trata de uma questão apenas da sociedade contemporânea, ou do capitalismo em si. Certamente, o capital é um dos grandes protagonistas desta história milenar dos humanos, mas aqui estamos ampliando a ideia de produtividade. Não são... Continuar Lendo →