
O longa-metragem Zombi Child, escrito e dirigido por Bertrand Bonello (Nocturama, L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância), que tinha previsão de estreia nos cinemas brasileiros para 26 de março, está disponível nas plataformas digitais, iTunes, Google Play, YouTube, Vivo Play e NOW. Com partes rodadas no Haiti, o longa conta a história de um jovem que é trazido do mundo dos mortos para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar no início dos anos 1960. Décadas depois, a vida de uma adolescente francesa, descendente de haitianos é interligada à dele.

O diretor conta que ainda no início dos anos 2000 teve o interesse pelo Haiti despertado, quando um amigo rodou um longa ali. À época, ele anotou duas palavras num caderno: Zumbi, Haiti. Relendo essa anotação em 2018, retomou a ideia que parecia óbvia: “O que é um zumbi? É um homem que foi retirado do mundo. Eu o imaginei como um homem que anda lentamente, com a cabeça baixa. Uma simples imagem como essa, para mim, constitui um ponto de partida“, relembra.
Na trama, que se passa em Paris, em 2015, uma jovem compartilha com suas amigas do colégio interno um antigo segredo de sua família. E uma delas decide realizar o ritual vudu, invocando um zumbi. A figura do zumbi original (zombi, não zombie) “é profundamente embutida na história e na cultura haitiana.
É o resultado de uma magia vudu, que as pessoas pouco falam e muitas negam a existência“, explica Bonello, que encontrou inspiração em livros de fotografias, romances e publicações antropológica, como “Voodoo in Haiti”, do autor suíço Alfred Métraux, dos anos 1950. “Diferentemente do zumbi americano, que é uma pessoa morta, o zumbi haitiano está suspenso em algum lugar entre a vida e a morte“, completa. Além de ser exibido no Festival de Cannes 2019, o filme foi destaque do Festival Internacional de Cinema do Rio 2019.
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