
Os 94 anos do comandante Fidel Castro, nascido em 13 de agosto de 1926, foram comemorados por entidades amigas de Cuba do mundo todo. Estas fizeram homenagens que honraram a memória do de Fidel, o seu legado e seus ideais. Foram eventos virtuais, vídeos, cartazes e mensagens recheando as redes sociais com suas palavras de esperança anunciando que um “mundo melhor é possível”.
A Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro (ACJM-RJ), no dia 12 de agosto, apresentou a terceira edição de “Conversas sobre Rebeldia” com o tema especial “Fidel Castro: eternamente rebelde”. Uma transmissão ao vivo no qual os convidados falaram sobre o legado do líder cubano à humanidade. O programa foi mediado por Luiz Mergulhão Ruas, historiador e membro do Conselho Diretor da ACJM-RJ, e contou com as presenças de: Maria Auxiliadora Cesar, professora da Universidade de Brasília (UNB), doutora em Ciências Sociológicas na Universidade de Havana e fundadora do Núcleo de Estudos sobre Cuba (NESCUBA-UNB); Maria do Carmo Caldas Leite, professora, doutora em Educação, diretora da Associação Cultural José Martí da Baixada Santista e membro da Fundação Maurício Grabois; Marília Guimarães, escritora e presidente da Movimentos Sociais em Defesa da Humanidade (Redh-Brasil), e o conselheiro do Consulado de Cuba em São Paulo Antônio Mata Salas.
Concerto em homenagem a Fidel Castro – Sempre nosso comandante!
Quando o Comandante Fidel Castro completou 80 anos, o homenageamos com um grande concerto na Tribuna Anti-imperialista, com artistas nacionais e estrangeiros. Vira e mexe o celular de sua assessora tocava, ele, inquieto como sempre, queria saber se havia alguma novidade, embora estivesse assistindo a tudo ao vivo pela TV, pois se recuperava de uma cirurgia. Nós comemorávamos sua vida.
Na verdade, ele era o único que faltava na Tribuna. Fotos e abraços. Cantávamos alegremente, entre tantos amigos de várias partes do mundo. François Houtart tentava cantar uma canção. Abel Prieto, então Ministro da Cultura, brilhante, com sua graça Pinharenha encantava a todos. “Um dia, não muito longe, todos aprenderemos o hino de Pinar del Rio”, dizia-nos, e pensei, não tenho dúvidas.

Naquela noite, chegamos à conclusão de que seu legado não enquadra com o conceito de que o futuro é uma velha ideia. Com sua determinação deu aos cubanos a consciência pelo conhecimento, de que é impossível mudar a história em profundidade, mas que o cotidiano pode transformar-se em extraordinário – como disse Che Guevara.



Fidel realizou junto com seus colegas do Moncada, Granma e Sierra Maestra, acompanhado de seu povo, todos os seus sonhos: alfabetização para todos, educação gratuita, saúde pública impecável, desenvolvimento da ciência e da tecnologia, muito amor e cuidado e acima de tudo amor por Cuba, sem limites. É muito difícil não o amar e não respeitar sua dedicação ao povo cubano e à humanidade.
No dia 13 de agosto, ouvimos lindas lembranças de amigos como Leonardo Boff, que nos contou a história de suas longas conversas com Fidel, de Eric Nepomuceno, que um dia numa fila perto do Hotel Habana Libre de repente esbarrou com o Comandante que lhe disse: pague-me um sorvete porque não tenho dinheiro no bolso, com as anedotas de Fernando Moraes, o querido escritor e jornalista que não tira a guayabera, nem o charuto da boca e que nos lembra sua chegada à Nicarágua no mesmo voo de Fidel à inauguração de Daniel Ortega, e a apresentação ao Comandante de um metalúrgico sem um dedo na mão, acidente de trabalho na fábrica.

Anos depois, esse trabalhador seria o único presidente brasileiro a fazer o povo sorrir um pouco – como disse Oscar Niemeyer e, o que dizer da minha emoção por ter proporcionado tantas memórias a mais de 6.000 pessoas, inclusive a minha, repleta de uma saudade imensa. Entra Sara González – com sua voz fazendo chorar os internautas com a bela e forte canção “La Vitória” e a presença de Rolando González, o Embaixador de Cuba no Brasil, falando-nos de Fidel Castro, o eterno Comandante, sabiamente compartilhou conosco, com a emoção peculiar de um revolucionário que sabe o quanto é precioso para todos saberem um pouco mais sobre o “Cayman”, da esperança.
Gustavo Conde, o fantástico moderador de tantos encontros, cheio de emoção conta que chegamos ao final do live ouvindo o Maestro Felipe Radiceti tocar em seu piano a bela canção para o homenageado, que para sempre estará comemorando seu aniversário e os que continuarem nesta dimensão irão festeja-lo igual. Fidel Castro Ruz, o jovem de Birán, o Guerrilheiro do Tempo, transcendeu horizontes, irradiou os mais nobres valores humanitários, será para sempre uma referência de luta, de crença na humanidade e de solidariedade. Gracias comandante.
Marília Guimarães
RED en Defesa de la Humanidad (REDH-BRASIL)
Fonte: O texto de Guimarães foi originalmente publicado no site REDH-Cuba.
Link direto: https://redh-cuba.org/2020/08/siempre-nuestro-comandante/
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