
Um projeto cultural que tem este colunista como proponente vai registrar em uma produção audiovisual relatos, fatos, episódios, curiosidades e memórias em torno da Estação Rodoviária de Santos, que agora em 2020 completou meio século de operação. Denominado “Rodoviária de Santos, 50 anos de histórias” o projeto foi contemplado pelo 8º edital do Fundo de Assistência à Cultura (Facult), da Prefeitura de Santos, na categoria “artes integradas”. Assim, envolve expressões em múltiplas linguagens – oral, visual e audiovisual.
Na linguagem audiovisual, a ideia é a de reunir as histórias relatadas oralmente, além de fotografias e outras imagens – de arquivo e atuais –, e construir um documentário. O 8º edital do Facult foi lançado em janeiro de 2019, com divulgação em dezembro dos 30 projetos aprovados (em diversas categorias). A previsão era de convocação dos selecionados para março de 2020 mas, com a pandemia, o calendário precisou ser suspenso. A retomada, gradativa, deu-se a partir de julho.

“Rodoviária de Santos, 50 anos de histórias” começa a ser executado agora em dezembro. Num primeiro momento, tem-se a fase de pesquisas, coleta de depoimentos, agendamento de entrevistas, registro e busca por imagens, e criação de perfil no Instagram para exposição do material visual. O lançamento do documentário ocorrerá na etapa final, prevista para julho do próximo ano. O projeto prevê exibição, seguida de roda de conversa, no Museu da Imagem e do Som de Santos, que completa 25 anos em 2021.
Importante assinalar que não se trata de um projeto institucional sobre a Rodoviária. É um projeto de histórias de vida que, de alguma forma, dialogam com o terminal – por ser ponto de partida ou chegada, lugar de encontros, local de trabalho, entre outras ligações. São aceitos relatos de pessoas de qualquer parte do país e do mundo que, em algum momento de sua vida, tiveram ou têm algum fato ou memória relacionados à Rodoviária de Santos.
A Estação Rodoviária de Santos foi inaugurada em 31 de dezembro de 1969, para organizar a chegada, por ônibus, de visitantes e turistas vindos da Grande São Paulo, interior do Estado e outras regiões do Brasil. Vale lembrar que, àquela altura, o modal rodoviário já tomava o lugar do ferroviário como protagonista no transporte de passageiros no país. Está situada no Valongo, área Central da cidade. Além de ponto de convergência de destinos, a Rodoviária guarda outras relações com a história de Santos.
Ali foi instalada, na virada dos anos 1970 para 1980, a segunda emissora de televisão local, a TV Litoral, que ficou conhecida como a “TV da Rodoviária”. A rodoviária é ainda um equipamento fruto de um período de grandes obras civis na cidade, todas de grande valor arquitetônico. Desde 1996, quando passou pela primeira grande reforma da história, o terminal se chama “Estação Rodoviária Jaime Rodrigues Estrella Júnior (Cebola)”, em homenagem ao militante vítima da ditadura civil-militar (1964-1985).
Em 2020, a Rodoviária passou por novas intervenções que, se por um lado, modernizaram e ampliaram as instalações, por outro descaracterizaram concepções originais do terminal. “Rodoviária de Santos, 50 anos de história” tem pauta e pré-produção de Lindrielli Rocha; rede social e curadoria de imagem de Thayná Santos; e produção e edição audiovisual de Nicole Caroti Zadorestki. Para enviar relatos ou obter mais informações, os contatos são (13) 92000-2399 e facult_rodoviaria@protonmail.com.
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