“Glixaria Tá On” leva Carnaval engajado das ruas para o formato on-line em 2021

Crédito: Pedro Orlando.

Visando diversidade cultural e consciência política, até dia 20 de fevereiro de 2021, acontece a Glixaria Tá On”, uma versão on-line da festa criada em 2017 pelo Bloco Glixaria (clique para conferir a programação), que desde 2018 integra o calendário oficial de Carnaval da Prefeitura de São Paulo, chegando a reunir mais de 30 mil foliões durante os dias de folia. A festa de rua neste ano foi adaptada para o formato on-line em razão das medidas de segurança e prevenção da COVID-19. Com lives de entrevista e discotecagem, playlist exclusiva na plataforma Spotify, registros das edições passadas e uma série de vídeos especial para o IGTV, o evento promete atrair os foliões como nos anos anteriores, promovendo uma imersão no universo da cultura carnavalesca, instrumentos e blocos, com muito “Glitter/Lixo-Luxo/Bixaria”.

Queremos enaltecer o brilho que mostra que não esqueceremos o caos, mas celebraremos a nossa existência nesta grande festa política que é o Carnaval”, comenta a organização do evento. Com dança, circo, teatro e com uma grade musicalmente democrática, o evento anualmente promove uma viagem sonora que transita entre as Canções Populares Brasileiras, ritmos latinos-americanos, psicodelia Afrobeat, R&B, Funk, Pop, entre outros.

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Entre as atrações já confirmadas para a “Glixaria Tá On” estão nomes como Lu Big Queen, artivista e modelo gorda que foi madrinha da primeira edição do evento, Malka Julieta, produtora musical travesti que foi madrinha da segunda edição, Miss Tacacá, dj travesti Paraense, Dj Obá e Dj Rafa Felipe. Pensada para informar diversidade, sustentabilidade e novas visões de mundo, a Glixaria tem na pluralidade de manifestações artísticas e nas atrações que atendem a todos os públicos sem distinção, uma forma de promover a visibilidade de pessoas trans/travestis, LGBtQI+, negros, mulheres, crianças, idosos… além de valorizar o protagonismo de artistas independentes (Dj’s, artistas da música, circenses e performers).

Enxergar o Carnaval também como via de comunicação e relação entre as culturas nos permitiu construir a identidade do Bloco Glixaria, deixando evidente nossa responsabilidade como proponentes de uma ação sociocultural para além do entretenimento, advertindo sobre sustentabilidade e pluralidade de gêneros e corpos”, explica a organização do evento. Na versão presencial dos anos anteriores, o evento manteve-se atento às questões climáticas globais, assumindo sua responsabilidade ambiental e atuando na redução dos impactos do evento.

Desde a economia financeira e de resíduos, utilizando materiais recicláveis/reutilizáveis, realizando a separação do lixo e a limpeza dos espaços públicos utilizados, artistas e público usaram apenas glitter biodegradável. A questão da saúde também foi abordada com um “Cantinho da Prevenção”, com distribuição gratuita de preservativos, lubrificantes e informativos sociais de saúde pública. 

E na versão on-line, a festa Glixaria Tá On, promete divertir e informar uma sociedade desatenta de seus deveres civis.  Só em São Paulo cerca de 12 milhões de foliões acessam as atividades festivas anualmente a fim de transcender as performatividades de suas próprias existências. Buscamos dar a devida atenção às questões de coletividade para que a cada ano tenhamos evolução nas discussões ambientais e de transformação social”, finaliza a organização do evento.

Indo muito além do festejo e da folia, “Glixaria Tá On” é uma espécie de respiro social, que através de uma festa de interatividade entre artistas e público, dialoga com a nova cena musical que reúne artistas LGBTQIPA+ e negros e aponta para questões que se fazem mais do que nunca necessárias à sociedade. A ação faz parte do projeto aprovado pelo Edital – 1ª EDIÇÃO DO PRÊMIO ALDIR BLANC DE APOIO A CULTURA DA CIDADE DE SÃO PAULO – MÓDULO II – CHICA XAVIER | Governo do Estado de São Paulo | Governo Federal | Lei Aldir Blanc.

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por Anders Noren

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