Ato nacional dos petroleiros alerta para a ameaça à segurança energética em tempos de guerra

Ato nacional dos petroleiros contra a privatização da Petrobrás, ato do Rio de Janeiro, realizado em frente ao Edifício Senado (EDISEN), no Centro do Rio de Janeiro, no dia 2 de junho de 2022. Crédito: divulgação.

As questões do petróleo, da soberania nacional e da segurança energética foram algumas das pautas levantadas pelo ato nacional ocorrido no dia 2 de junho, em diversos estados brasileiros, e que contou com a participação de diversas entidades que atuam em defesa da Petrobrás e pela sua não privatização. Os manifestantes protestaram contra a medida do deputado bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara Federal, que nos últimos meses tem feito articulações políticas para pressionar os colegas parlamentares a aprovar o Projeto de Lei de venda das ações da empresa, o que levaria ao governo federal a deixar de ter o poder de dirigir a Estatal. No ato do Rio de Janeiro, realizado no Edifício Senado (EDISEN) no Centro do Rio de Janeiro.

A história da Petrobrás está diretamente vinculada à história do Brasil e do povo brasileiro em sua luta pela independência, por salvaguardar a sua soberania e pelo direito de autodeterminar o seu destino. Em épocas de crise no sistema internacional, onde a ordem mundial é contestada e uma competição intensa entre as principais potências mundiais ocorrem nos campos político, econômico e militar, proteger os recursos e fontes energéticas nacionais é algo de extrema importância, caso contrário o país pode vir em futuro próximo a estar sob o controle direto de forças estrangeiras que possuem os mais diversos interesses.

Petroleiros e Militantes de muitas outras categorias dão abraço simbólico na Petrobrás

O ato também marcou a entrega da pauta de acordo coletivo de trabalho dos petroleiros à Petrobrás, tanto pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), quanto pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), dando o primeiro passo para a unidade da luta. A proposta do Dep. Federal Lira que ordena ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocar a venda no mercado as ações que o governo detém, fazendo com que a Petrobrás perca o controle da empresa. Assim, o governo Bolsonaro colocou a Petrobrás na lista da empresas privatizáveis do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), além da doação da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), situada em Fortaleza, no Ceará, e responde por cerca de 13% da produção de asfaltos do Brasil.  Tal situação, ampliou os protestos ao redor do país e o evento passando a ter caráter nacional.

Temas como privatizações da Petrobrás, doações de campos de petróleo, doações de refinaria, eólicas, térmicas, Preço de Paridade Internacional dos Combustíveis (PPI) / gás de cozinha, gasolina, diesel, educação, saúde, previdência, soberania nacional, povos originários, Eletrobrás, Liberdade para Assange, jornalista que divulgou documentos sobre os interesses de empresas estrangeiras na Petrobrás, comporam as 38 falas do ato no Rio. Ao todo a organização do evento contabilizou em torno de 500 participantes.

Na ocasião compareceram as seguintes entidades e organizações sociais: Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Juventude Rebelião, Sindicato de Professores e Funcionários da Educação do RJ (SEPE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores (CTB), CSP Conlutas, vereador Reimont, ex-vereador Baba, assessor parlamentar do dep. federal Glauber Braga, militantes da Auditoria Cidadã da Dívida-RJ, militantes da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), militante de Eletrobrás Furnas (FURNAS), coordenador do projeto CIPA NAS ESCOLAS, diretor licenciado do sindicato dos radialistas, centenas de militantes do grupo Cabeças Brancas – aposentados e pensionistas da Petrobrás, grupo de base de aposentados do Sindipetrorj, Associação de Empregados e Ex-empregados Assistidos da Fundação Petrobras de Seguridade Social (AEXAP), Associação de Profissionais de 3º Grau da Petrobrás (AEPET), CORREIOS, Movimento Negro Unificado (MNU), Federação Nacional das Associações de Aposentados Pensionistas e Anistiados do Sistema Petrobrás e Petros (FENASPE), ASTAPE, UBESSINDAGUA e todos os sindipetros do Brasil estiveram presentes.

Ocorreram atos também em Reman (AM), Lubnor (CE), Transpetro (PE/PB), RLAM e TAQUIPE (BA), TGC Linhares (ES), Macaé (NF), REDUC (RJ), REGAP (MG), REPLAN (SP), REFAP (RS), TABG (RJ), RPBC (SP), UN SEAL, REVAP, Aeroporto de Jacarepaguá, UTGCA, UTC… No Rio, o Grupo dos Cabeças Brancas, em conjunto com o juntamente com o grupo Privatizar Faz Mal ao Brasil – Reage Brasileiro, colaborou com o ato na divulgação, coleta de assinaturas na lista de presença e distribuição de camisas. Conforme Luiz Mario N Dias, Luiz Mario N Dias: “É preciso compreender a importância da unidade e da soliedariedade de classes no chão da fábrica, em especial no combate ao regime ultraneoliberal e extremamente conservador que está vigor no Brasil. Ressalto que iniciativas como a da sindicalista Cássia Liberatori, dirigente no SINTERGIA e na CUT neste ato, retribuindo nossa presença no ultimo ato na sede de Furnas, é uma demonstração e um exemplo do trabalho em conjunto. Que outros possam seguir a postura dela“.

Ainda sobre a causa principal do ato, várias lideranças das entidades presentes ressaltaram: “Sem a Petrobrás todos os combustíveis ficarão mais caros, a soberania energética do Brasil será abalada, há grandes riscos de haver falta de diesel, querosene de aviação para um caça de guerra ou um tanque. A inflação ocasionada pela alta dos preços dos combustíveis e pela redução de refino do Diesel para atender os EUA já podem ser sentidas no bolso da população brasileira, que já não pode contar com RLAM, SIX, REMAN, RCC, LUBNOR, BR Distribuidora para garantir-lhe preços justos“.

Assista a alguns momentos do ato no Rio de Janeiro nos vídeos abaixo

Leonel, diretor do Sindicato dos Radialistas entrevista Luiz Mario N Dias do grupo Privatizar Faz Mal ao Brasil – Reage Brasileiro 

Depoimento de Luiz Mario N Dias do grupo Privatizar Faz Mal ao Brasil – Reage Brasileiro 

Depoimento de André de Paula da Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST)

Rick CB no TABG na Ilha do Governador, chama para o Ato

Fala de Tezeu, Coord. do SindipetroNF 

Chamada dos Cabecas Brancas Gilberto e Wagner no local do ato

Julieta e Olimpia militantes da Auditoria Cidadã da Dívida

Fala da aposentada Belkiss

Encerramento do ato com o Hino Nacional

 

2 comentários em “Ato nacional dos petroleiros alerta para a ameaça à segurança energética em tempos de guerra

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  1. Prezada Cássia Liberatori entramos em contato com o Luiz Mário e ele enviou uma resposta ao seu comentário. Publicamos aqui:

    Cássia,

    Fizemos nossa obrigação de militante para militante, reconhecer seu trampo e combater o machismo e racismo que infelizmente ainda são presentes no movimento sindical.
    Você sempre disposta e fazer o bom combate com ideias e boas palavras na rádio e tv petroleiras, na Fibra e em muitas outra oportunidades.
    Você e imprescindível.
    Gratidão.

    Luiz Mario Petroleiro

  2. Querido companheiro e camarada Luiz Mário.

    Para além da solidariedade da classe trabalhadora , que não é o mesmo que a caridade da grande burguesia , venho aqui hoje expressar o meu sentimento de gratidão pela sua deferência e o seu reconhecimento pelo meu trabalho e atuação. Para nós mulheres ativistas e atuantes, isso é muito importante para prosseguir.

    Mesmo em meio a essa exploração e opressão porque estamos passando, a solidariedade é uma ação consciente e coletiva que visa o fortalecimento de laços entre trabalhadores e trabalhadoras, este é o nosso território: objetivamos superar problemas emergenciais e, a partir dessa experiência concreta, avançar na organização e na consciência das classes.

    Estamos juntos e juntas Luiz Mário nesta luta ,não somente pela manutenção das Empresas públicas e pela Soberania Nacional.
    Estou junto contigo por mais escuta, mais afeto e reconhecimento solidário.

    Aquele afeto, e parabéns pelos frutos do seu trabalho incansável pela solidariedade de classe.

    Cássia Liberatori
    Diretora do Sintergia-Rj e da Cut Rio

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