Defesa da Rádio e TV Educativa do Paraná entra em pauta nas eleições

Crédito: José Fernando Ogura/ANPr.

A origem da atual Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE-PR) remonta há mais de 70 anos. Ela nasce, em 1949, como uma experiência de radioamadorismo em uma escola pública, o Colégio Estadual do Paraná. Passadas mais de sete décadas, o esvaziamento dessa organização pública de radiodifusão aberta – hoje limitada a um canal de televisão de conteúdos turísticos e a uma emissora FM – ameaça a sua sobrevivência.

Crédito: reprodução da internet Blog do Johnny.

Por isso, a defesa da RTVE-PR entra em pauta na campanha eleitoral de 2022. Em 8 de agosto último, o Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor-PR) e o “Mais Coletivo” promoveram um debate reunindo pesquisadores e profissionais de comunicação, com intuito de levantar propostas para a recuperação da “Educativa” paranaense. O “Mais Coletivo” é um grupo de candidatura a mandato coletivo à Assembleia Legislativa do Estado, pelo Psol.

Além deste articulista da Intertelas, participaram do debate a jornalista Sílvia Valim, da RTVE-PR e da Frente Paranaense pelo Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão (Frentex-PR); o jornalista, Elson Faxina, professor e pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e a jornalista Gessline Giovana Braga, doutora em Antropologia.

Crédito: divulgação.

Sílvia, atualmente na emissora, e Faxina, que trabalhou por anos na RTVE-PR (pela qual seu aposentou), ressaltaram a importância de constituir uma estrutura de Estado, e não à mercê do gosto do governo de plantão. Eles relataram as dificuldades de exercerem sua atividade profissional a cada mudança de gestão. “Você tem a ‘cara’ do governo anterior” é uma frase que ambos se acostumaram a ouvir”.

Gessline, que tem experiência especialmente na produção de conteúdos documentais voltados à circulação em redes públicas, quando havia editais para isso, falou das dificuldades em fazer com que essas obras sejam, de fato, exibidas. “Muitos documentários e séries não foram distribuídos às emissoras”, advertiu. “E há espaços nas grades dessas emissoras que permitiriam exibição”.

Nesse sentido, é preciso levar em contar alguns fatores e quesitos para se pensar em modelos de emissora pública convergentes com as atuais circunstâncias. Por exemplo, o impacto que plataformas e outras formas de consumo gera à mídia televisão; e o que dizem legislações já existentes, a despeito da necessidade maior de um marco regulatório“, disse ela. O debate na íntegra pode ser conferido no vídeo abaixo.

Deixe seu comentário

por Anders Noren

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: