XIII Festival de Cinema da Fronteira divulga programação

Casa Vazia (2021), dir Giovani Borba. Crédito: Panda Filmes.

Bagé sedia de 8 a 11 de dezembro a 13ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira. A personalidade homenageada deste ano é a gaúcha Bárbara Paz, que ganha uma mostra especial de filmes dirigidos pela cineasta. A seleção reúne nove longas em competição com produções em première nacional ou gaúcha, além de sessões especiais e inclusivas. A programação de curtas reúne mostras competitivas internacionais e regionais. As exibições acontecem no Centro Histórico Vila de Santa Thereza, sempre com entrada franca. Informações no site fb.com/festivaldafronteira.

O evento abre às 10h do dia 8, quinta-feira, com coletiva de imprensa na Casa de Cultura Pedro Wayne (R. Gen. Neto, 16), com a presença de Bárbara Paz e curadores. A programação segue no Centro Histórico Vila de Santa Thereza (Av. Visc. Ribeiro de Magalhães), às 15h, com os títulos da Mostra Internacional de Curtas. Às 18h, acontece a exibição do curta-metragem “Ato” (2021), dirigido por Paz, seguido, às 18h30min, do longa de abertura do festival, o documentário inédito no RS “O Marinheiro das Montanhas” (2021), de Karim Aïnouz. O longa gaúcho “Casa Vazia” (2021), de Giovani Borba, encerra o dia.

A sexta-feira (9) começa às 14h30min, com uma sessão especial do longa “Colegas” (2012) de Marcelo Galvão. A exibição vai contar com recursos de acessibilidade e a presença dos assistidos da União Espírita Bageense (UEB) – Caminho da Luz. A competitiva de longas inicia a partir das 17h com o documentário LGBTQIA+ “Corpolítica” (2022), de Pedro Henrique França, seguido de “Campo Grande é o Céu” (2022), às 19h, doc de Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux sobre música e religiosidade afro, e o drama “Noites Alienígenas” (2022), às 21h, de Sérgio de Carvalho, grande vencedor do 50º Festival de Gramado.

Bárbara Paz. Crédito: Arquivo Pessoal.

Vencedor do Cine Ceará, o doc gaúcho “5 Casas” (2020), de Bruno Gularte Barreto, abre o sábado às 14h30min, seguido por “Além de Nós” (2022), drama filmado em Bagé com Thiago Lacerda, dirigido por Rogério Rodrigues, às 17h, e “Aldeotas” (2022), estreia na direção do ator e dramaturgo cearense Gero Camilo (“Bicho de Sete Cabeças”), às 19h. O dia termina às 21h com a projeção do programa de onze curtas selecionados para a Mostra Regional de Curtas-Metragens, com produções de Bagé, Dom Pedrito, Livramento, Pelotas e São Gabriel.

O último dia do festival, domingo, começa às 16h com “El Tiempo de las Luciernagas” (2021), doc produzido entre Bélgica, EUA, México, de Matteo Robert Morales e Mattis Appelgvist Dalton, último título em competição. A partir das 17h, acontece a exibição especial de “50 Anos de Nativismo”, de Henrique de Freitas Lima, edição de série da TVE RS, e dois filmes dirigidos por Bárbara Paz: o curta “Conversa com Ele” (2018), às 18h, e o longa documental “Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou” (2019), às 19h. A cerimônia de premiação com a homenagem e show de encerramento começa às 21h.

O festival em sua 13ª edição busca revelar a produção regional ao estabelecer diálogos com o cinema contemporâneo de diversos territórios”, sintetiza o diretor artístico Zeca Brito. Em 2022, foram inscritos cerca de 320 filmes de mais de 20 países. O evento já premiou mais de 250 títulos ao longo dos anos. “Esta edição conta com o apoio fundamental da secretária municipal de cultura Faustina Campos que não mediu esforços para tornar possível a realização do evento“, complementa. Roger Lerina e Jonas Chadarevian assinam a curadoria de longas. Neste ano serão exibidos 35 títulos, entre curtas e longas-metragens.

Bárbara Paz é o nome escolhido para receber a homenagem anual oferecida todos os anos, que já agraciou grandes nomes do cenário nacional como Elza Soares (1930-2022), Jean-Claude Bernardet e Leonardo Machado (1976-2018), “Nesta edição, o evento busca exaltar os talentos do Rio Grande do Sul na figura da Bárbara, versatilidade artística que caminha do teatro à televisão para a direção cinematográfica, sendo um dos nomes de nossa cinematografia que mais longe nos levou no cenário da consagração internacional”. O 13º Festival Internacional de Cinema da Fronteira é uma realização da Associação Pró Santa Thereza, com apoio do Urcamp e promoção da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Bagé.

Longas-metragens em competição

“5 Casas” (2020), de Bruno Gularte Barreto

Sinopse: Em uma cidadezinha no interior do Rio Grande do Sul há cinco casas e cinco histórias que se confundem em uma mesma. Uma velha professora lutando para manter sua casa de pé, um jovem que sofre agressões por se recusar a esconder sua natureza, uma freira sendo transferida da escola que regeu com punho de ferro por décadas, um velho capataz em uma fazenda mal assombrada e um menino cujos pais morreram 20 anos atrás e que é hoje o diretor que volta para buscar as memórias de sua infância perdida e dar voz a essas pessoas. Histórias distintas, mas que juntas pintam um retrato pungente de um Brasil marcado por apagamentos e desigualdade.

“Aldeotas” (2022), de Gero Camilo

Sinopse: Dois amigos de infância se separam aos 17 anos em meio aos conflitos da adolescência turbulenta na pequena e conservadora Coti das Fuças, interior do Brasil; Levi, poeta, cansado de sofrer abusos, cumpre o plano de fugir para uma cidade grande e mais liberal. Enquanto Elias, oprimido pela violência do seu pai, desiste de partir. Aos 50 anos, Levi volta para reencontrar o amigo no dia de seu funeral, no qual as memórias dos dois são revividas antes do último adeus.

“Além de Nós” (2022), de Rogério Rodrigues

Sinopse: Léo, um jovem peão de fazenda que nunca saiu de seu pequeno vilarejo no sul do Brasil, sofre duas grandes perdas no mesmo dia: é demitido e testemunha a morte do pai, da qual se sente culpado. Ao encontrar uma foto e uma carta, Leo se depara com a necessidade de realizar o último desejo de seu pai e, para atender ao pedido, viaja com seu tio Artur para a cidade do Rio de Janeiro. No caminho desconhecido, Leo resgata a relação com o tio, de quem discorda totalmente sobre a forma de ser e de viver, tornando esta jornada uma grande aventura de descobertas e transformações.

“Campo Grande é o Céu” (2022), de Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux

Sinopse: Residentes de comunidades quilombolas no sul do Brasil lutam para manter viva a tradição de cantoria dos Ternos de Santos Padroeiros e outras heranças de seus ancestrais.

Campo Grande é o Céu (2022). Crédito: Sérgio Guidoux.

“Casa Vazia” (2021), dir: Giovani Borba

Sinopse: Raúl é um peão desempregado e pai de família que vive em uma casa isolada na imensidão solitária dos campos. A mão de obra tradicional da lida no campo já não serve mais aos patrões, donos das terras. Assolado pela pobreza e a falta de trabalho, ele se junta a outros peões para roubar gado durante a escuridão das noites no campo. Ao retornar de mais uma madrugada, ele encontra sua casa vazia: sua mulher e seus filhos desapareceram.

“Corpolítica” (2022), de Pedro Henrique França

Sinopse: Corpolítica é um documentário que discute sobre candidaturas LGBTQIA+ no país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. Com depoimentos importantes de candidatos em vários partidos, o filme acompanha os candidatos durante as eleições de 2020.

“El Tiempo de las Luciernagas” (2021), de Matteo Robert Morales e Mattis Appelgvist Dalton

Sinopse: Uma família separada entre o México e os Estados Unidos se reúne para refletir sobre as dificuldades de sua separação, enquanto busca se reconciliar com seu passado para poder buscar um futuro melhor.

“Noites Alienígenas” (2022), de Sérgio de Carvalho

Sinopse: Rivelino, Sandra e Paulo são três amigos de infância e da periferia que se reencontram na cidade de Rio Branco em um contexto trágico de chegada das facções criminosas do sudeste do Brasil para a Amazônia.

Noites Alienígenas (2022), de Sérgio de Carvalho. Crédito: Vitrine Filmes.

“O Marinheiro Das Montanhas” (2021), dir: Karim Aïnouz

Sinopse: Marinheiro das Montanhas é um diário de viagem filmado na primeira ida de Karim à Argélia, país onde seu pai nasceu. Entre registos da viagem, filmagens caseiras, fotografias de família, arquivos históricos e trechos de super-8, o filme opera uma costura fina entre a história de amor dos pais do realizador a Guerra de Independência Argelina, memórias de infância e os contrastes entre Cabília (região montanhosa no norte da Argelia) e Fortaleza, cidade natal de Karim e de sua mãe, Iracema. Passado, presente e futuro entrelaçam-se numa singular travessia.

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por Anders Noren

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