
Daniel Sponda, titular da pasta da Educação nas Honduras, explicou que, até ao momento, foram declarados livres de analfabetismo dois municípios nos departamentos de Olancho e Santa Bárbara, esperando-se que, na próxima semana, outro município consiga também ficar “livre de iletrados”. Num vídeo divulgado nas redes sociais, Sponda afirma que a ideia do governo hondurenho é chegar pelo menos a 100 municípios sem analfabetos no final deste ano, sendo que a meta é declarar o país centro-americano como território livre de analfabetismo em 2024.
O ministro destaca o trabalho que 123 professores cubanos estão a realizar por todo o país, bem como o apoio que está a ser prestado por autarcas – embora alguns, ligados a partidos da oposição, se recusem a ajudar. “Isto não é para beneficiar a imagem do governo; na verdade, destina-se aos milhares de hondurenhos que não sabem ler nem escrever devido ao abandono das administrações que nos antecederam“, afirmou Sponda.
O ministro destacou o trabalho voluntário de centenas de professores, bem como o de estudantes de último ano, que quiseram participar na tarefa da alfabetização, e referiu que este processo está também a decorrer na cadeia de máxima segurança de La Tolva, com a adesão de “um importante número de reclusos”, refere a Prensa Latina.
Mi reconocimiento a todos los actores que están haciendo posible el sueño de declarar a Honduras libre de analfabetismo por medio del programa nacional “Yo Sí Puedo”.
El aporte de cada patriota en pro de la Refundación de la Educación propuesto por la Presidenta @XiomaraCastroZ… pic.twitter.com/9GOF6IqXnv
— Daniel Sponda (@SpondaDaniel) August 21, 2023
Acabar com o analfabetismo, com a ajuda da segunda missão cubana
Numa entrevista concedida à agència cubana em dezembro do ano passado, o ministro hondurenho da Educação enalteceu o método de alfabetização “Yo, sí puedo”, e manifestou “alegria e entusiasmo” com a presença no país da segunda missão de educadores cubanos, que ali tinham chegado uma semana antes. Esta equipa de trabalho, composta por 123 profissionais cubanos do sector, espalhou-se por todos os municípios do país centro-americano, tendo como tarefas principais a assessoria e a organização da campanha nacional de alfabetização.
A presença nas Honduras desta segunda missão cubana seguiu-se à assinatura de um acordo firmado por responsáveis de ambos os países, tendo como objetivo a implementação do método “Sim, eu posso”, a erradicação do analfabetismo do país e o reforço do sector da Educação – uma das prioridades expressas pelo executivo liderado por Xiomara Castro.
Sponda lembrou que uma primeira brigada de docentes da Ilha havia chegado às Honduras em 2006, quando “estivemos, então, a escassos três meses de declarar o país livre de analfabetismo“. “Lamentavelmente, a extrema-direita fez um golpe de Estado contra o governo do então presidente Manuel Zelaya (2006-2009), mas a missão cubana de então deixou os índices de analfabetismo quase abaixo dos 6%”, referiu. A este propósito, o ministro disse que o país regista, em média, uma taxa de 11% de analfabetismo, existindo alguns municípios onde esse registo ultrapassa os 17%. Em 2022, segundo dados oficiais, mais de 700 mil pessoas não sabiam ler nem escrever nas Honduras.
Fonte: Texto originalmente publicado no site português AbrilAbril, com informações da Prensa Latina.
Link direto: https://www.abrilabril.pt/internacional/com-o-metodo-cubano-alfabetizacao-avanca-nas-honduras
Deixe seu comentário