NEEGI-UNILA realiza palestra “Poder Global e a Transformação Digital: Desafios para o BRICS”, com diretor da Escola de Inteligência da ABIN

Crédito: Blog da Boitempo.

Nesta quinta-feira, 31 de agosto, às 19h, no auditório do Campus Integração da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), localizado na rua Tancredo Neves, nº 3147, Porto Belo, Foz do Iguaçu/PR, ocorre a palestra “Poder Global e a Transformação Digital: Desafios para o BRICS”. A palestra será ministrada pelo atual diretor da Escola de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Marco Cepik.

O evento é gratuito e aberto a comunidade interna e externa. A iniciativa é uma realização do Núcleo de Estudos Estratégicos, Geopolítica e Integração Regional (NEEGI-UNILA) e tem o apoio do Observatório dos BRICS (NEEGI/UNILA), Observatório Latino-Americano da Geopolítica Energética (NEEGI-UNILA),  Observatório da Integração Regional (NEEGI/UNILA), Revista Intertelas, Instituto Sul-americano de Política e Estratégia (ISAPE), Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da UNILA. As reflexões a serem abordadas na palestra já foram detalhadas em capítulo escrito em conjunto com Pedro Txai Leal Brancher, “Futuros digitais e poder global: dinâmicas, desigualdades e governança”.

Neste texto, Marco Cepik busca responder a questões centrais sobre o impacto que a era digital terá para as nações e seus povos. O capítulo integra a publicação “Soberania na Era Digital”, organizada pela Fundação Perseu Abramo.

Crédito: NEEGI/UNILA.

Desde o início da pandemia de Covid-19, as tecnologias digitais tornaram-se ainda mais onipresentes. Algoritmos, smartphones, sensores, big data, plataformas digitais e computação em nuvem formam um conjunto sociotécnico global que condiciona o funcionamento de empresas, governos e outras instituições sociais. Este capítulo concentra-se em três questões relacionadas. Em primeiro lugar, quais são as principais propriedades e dinâmicas de poder que marcam o ritmo da era digital global? Segundo, como as tecnologias digitais afetam as desigualdades estruturais intrínsecas ao modo de produção capitalista? Terceiro, como os estados, as empresas privadas e as interações da sociedade civil moldam o cenário de governança global digital? 

Para oferecer uma resposta preliminar a estas questões, dividimos este texto em três seções. Na primeira seção, especificamos conceitos e dinâmicas de poder. Argumentamos que a Era Digital está agora em sua segunda fase. A primeira fase se caracterizou pelo surgimento dos microcomputadores e pela difusão da internet, e a segunda pelo desdobramento da conectividade exponencial, computação em nuvem, inteligência artificial (IA), computação quântica e plataformização.

Na segunda seção, examinamos como as tecnologias digitais exacerbam as desigualdades. Com base em Ragnedda e Gladkova (2017), discutimos três níveis de desigualdades digitais: 1) a divisão entre quem tem e quem não tem acesso à internet e dispositivos necessários, 2) os diferenciais na forma como grupos sociodemográficos usam dados e tecnologias digitais, e 3) as capacidades desiguais para criar benefícios e resultados tangíveis e intangíveis das tecnologias digitais. Na terceira seção do capítulo, aprofundamos as questões de governança que abrangem os níveis local, nacional e internacional do ciberespaço”.

Sobre Marco Cepik

Atua como professor, consultor, pesquisador e dirigente há mais de 25 anos. Possui 11 livros publicados como autor e editor. Publicou 56 artigos científicos, 52 capítulos de livros e centenas de artigos de opinião e trabalhos técnicos. Já orientou mais de 200 teses, dissertações, monografias e trabalhos técnicos em diversas universidades. Atua nas áreas de Segurança Internacional, Governança Digital e Estudos de Inteligência em perspectiva comparada.

Hoje é professor titular de relações internacionais e política comparada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde abril de 2023, também é diretor da Escola de Inteligência (ESINT) da ABIN, em Brasília. Doutor em ciência política (IUPERJ-UCAM 2001), foi professor do Departamento de Ciência Política da UFMG (1995-2003). Pesquisador visitante (pós-doutorado CNPq) na Universidade de Oxford (2005) e no Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC Rio (2018). Professor visitante na University of Denver (DU), Renmin University of China (RUC), Universidade Joaquim Chissano of Mozambique (UJC), Naval Post Graduate School (NPS), Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO, Ecuador), e na Indiana University of Pennsylvania (IUP).

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por Anders Noren

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