
Mais de 100 mil pessoas se reuniram no antigo aeroporto de Istambul neste sábado, 28 de outubro, para comemorar os 100 anos da fundação da República da Turquia; para prestar solidariedade ao povo palestino e exigir o fim imediato dos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza, que já causaram em 22 dias a morte de mais de 7.700 palestinos, entre eles mais de três mil crianças.
Na manifestação, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comparou os “crimes de guerra praticados abertamente por Israel” aos executados durante o Holocausto pela Alemanha nazista contra o povo judeu e pelos Estados Unidos contra os japoneses na Segunda Guerra Mundial. “O que eles sabem fazer bem é matar. Aniquilaram os judeus nas câmaras de gás, apagaram cidades do mapa com seus habitantes dentro com bombas atômicas. Vemos a mesma mentalidade hoje em Gaza”, condenou.
O presidente turco disse que “todo país tem o direito a se defender”, mas questionou: “onde está a justiça neste caso? Somos contra esta política de dois pesos e duas medidas, somos contra todas essas hipocrisias”. Conforme Erdogan, “o principal culpado do massacre em Gaza é o Ocidente”, é isso “o que ouvimos de vozes conscientes, de que o massacre de Gaza é inteiramente obra do Ocidente”.

“Por que aqueles que choraram pelos mortos na Ucrânia não levantam a voz pelos que estão morrendo em Gaza? Ei, Ocidente, você quer desencadear uma nova luta do Crescente contra a Cruz? Nossa nação não morreu, mas permanece de pé”, alertou. Em resposta às declarações de Erdogan, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelense retirou o seu pessoal diplomático e o seu embaixador da Turquia.
Poucos dias atrás Erdogan havia proposto convocar uma Conferência de Paz “com todos os atores da região” para solucionar o conflito, bem como a criação emergencial de um corredor humanitário em Rafah, o único passo fronteiriço que existe entre o Egito e Gaza, que deveria permanecer aberto constantemente. “Devido a sua situação humanitária, política e militar”, assinalou, a Turquia está disposta a “atuar como fiadora da Palestina”.
França, Alemanha e Espanha pedem cessar-fogo para proteger civis das bombas de Israel
França, Espanha e Alemanha pediram, na sexta-feira, 27 de outubro, em defesas separadas, durante reunião do Conselho Europeu, uma “trégua humanitária” para proteger os civis na Faixa de Gaza diante dos bombardeios israelenses e a libertação de reféns detidos pelo grupo palestino Hamas. Na Assembleia Geral da ONU na mesma sexta-feira, vários países europeus, inclusive muitos deles apoiadores de Israel, votaram a favor da Resolução jordaniana pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza. Entre eles, França, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Montenegro, Eslovênia e Bósnia.
“Acreditamos que agora é necessária uma trégua humanitária capaz de proteger aqueles que estão no terreno e sofreram bombardeios”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, no final do encontro do CE, que se reuniu em Bruxelas nos dias 26 e 27 de outubro. O chefe de Governo da Espanha, Pedro Sánchez, observou que havia uma “dúvida legítima” sobre se Israel estava respeitando o direito humanitário internacional nos seus bombardeios e no bloqueio praticamente total de Gaza.
Para o presidente espanhol, as imagens que mostram civis de Gaza sofrendo as consequências dos bombardeios, incluindo crianças, são “absolutamente inaceitáveis”. Sánchez insistiu na ideia de uma conferência internacional de paz para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, que foi apoiada por toda a União Europeia (UE).
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, apoiou o cessar-fogo exigido pela UE para abastecer a população civil de Gaza. “Especialmente para os nossos amigos israelenses, é absolutamente claro: o sofrimento da população civil em Gaza não deve ser ultrapassado”, declarou Pistorius.
Os líderes europeus, na instituição da UE que define as orientações e prioridades políticas da região, defenderam, na quinta-feira (26),. a implementação de “corredores humanitários” e a adoção de “pausas por necessidades humanitárias”, em uma formulação que consumiu longas negociações, segundo a AFP. Na parte das Conclusões da cúpula, dedicadas ao conflito, os líderes da UE salientaram a urgência de ajudar os civis de Gaza “por todos os meios necessários, incluindo corredores humanitários e pausas para necessidades humanitárias”.
Crianças palestinas terem que ser operadas sem anestesia é crime que iguala Netanyahu a Hitler
As notícias recentes sobre o que está ocorrendo em Gaza, sob bombardeios de Israel, fazem lembrar as atrocidades cometidas por Adolf Hitler nos países ocupados pelos nazistas. Centenas de pacientes feridos e acamados de um hospital de Gaza receberam neste domingo mais um ultimato das forças militares de Israel. E, pior, neste hospital, crianças estão sendo operados sem anestesia, porque Israel não permite que remédios entrem na região. Logo após o ultimato, as tropas bombardearam os arredores do hospital.
A tragédia dessas crianças, operadas sem anestesia, está indignando o mundo inteiro. A pergunta que se faz aos fascistas de Tel Aviv é uma só. Como esses pacientes vão deixar o hospital Al-Quds, localizado na cidade de Tel al-Hawa, um dos poucos que ainda não foi destruído pelas bombas? Esses pacientes não podem se locomover. E se pudessem, para onde eles iriam? A ditadura israelense continua bombardeando toda a Faixa de Gaza. é a decretação de morte coletiva. Assim como Hitler fazia.

As tropas de Netanyahu já haviam cortado a entrada de alimentos e água e, no fim de semana, cortaram também o que havia de energia elétrica e interromperam o funcionamento da internet em Gaza. Uma repórter da TV Al Jazeera relatou que, embora bombardeios tenham sido registrados nas proximidades do hospital Al-Quds, a unidade de saúde não foi diretamente atingida no momento. Isso, no entanto, gerou apreensão devido à presença de mais de 400 pacientes no local, muitos dos quais estão em tratamento intensivo.
Médicos que atuam no local disseram no sábado, 28 de outubro, que procedimentos cirúrgicos como amputações estão sendo realizados sem a devida sedação dos pacientes por falta de suprimentos. Léo Cans, chefe da missão da MSF nos territórios palestinos, afirmou à AFP que faltam narcóticos, sedativos e opioides: “Fazemos muitas operações com meia dose de sedativo, o que é terrível”.
“Às vezes, para certas operações, é sem anestesia mesmo”, diz Cans. O médico afirmou que na última semana uma criança de 10 anos teve parte do pé esquerdo amputado no chão do hospital “porque todas as salas de cirurgia estavam lotadas”. Mesmo com a Assembleia Geral da ONU tendo aprovado por 120 a 14 o cessar-fogo imediato, a ditadura israelense intensificou a carnificina de palestinos na Faixa de Gaza durante o fim de semana, através de ataques por ar, mar e terra. A votação da ONU mostrou o profundo isolamento de Israel e dos EUA, a única potência a votar contra a proposta de paz. O número de civis mortos por Israel na região é incalculável.
O secretário-geral da ONU, António Guterres criticou o desrespeito de Israel à decisão da ONU. “Essa situação precisa ser revertida. Reitero meu forte apelo por um cessar-fogo humanitário imediato, juntamente com a libertação incondicional dos reféns e a entrega de ajuda humanitária no nível que corresponda às necessidades dramáticas da população de Gaza, onde uma catástrofe humanitária está se desenrolando diante de nossos olhos”, reafirmou o secretário da ONU.
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Mas, segundo ele, a aprovação foi ignorada por Israel. “Lamentavelmente, em vez da pausa, fui surpreendido por uma escalada sem precedentes dos bombardeios e seus impactos devastadores, prejudicando os objetivos humanitários mencionados”, disse. “Devido ao colapso nas comunicações, também estou extremamente preocupado com a equipe da ONU que está em Gaza para prestar assistência humanitária”, alertou.
Além de seus crimes contra a humanidade, o ditador israelense tentou culpar as forças militares de seu país pelo fracasso da defesa de Israel e causou indignação entre os soldados. Ele culpou o establishment militar e de segurança pelos fracassos que levaram ao ataque-surpresa do Hamas. Os comentários de Netanyahu na rede social geraram uma resposta furiosa, inclusive de dentro de seu próprio Gabinete. A postagem foi excluída rapidamente pelo ditador.
Fonte: Texto originalmente publicado no site do Jornal Hora do Povo.
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