Nos dias 30 e 31/08 das 10h às 18h, o Seminário Internacional Eisenstein: Cinematismos segue com a sua programação, organizada por Flora Süssekind, Tânia Dias, filólogas da Fundação Casa Rui Barbosa (FCRB), e Vanessa Teixeira de Oliveira (UNIRIO). Segundo a organização do evento, esta quinta edição é dedicada aos cinematismos na arquitetura, na música, na literatura, no teatro, nas artes plásticas; além das visões mais atuais sobre o legado artístico e teórico do cineasta.
Como nas edições anteriores, procura-se refletir e relacionar a criação do diretor com o processo criativo geral, a cultura e a ciência produzidos no Brasil. Conforme salientam as idealizadoras do evento: “para Serguei Eisenstein, pensar o cinema é pensá-lo em relação com outras artes e com diversas manifestações da cultura humana. Daí o termo “cinematismo”, neologismo eisensteiniano criado para tratar do cinematográfico fora do cinema”.

De acordo com Erivoneide Marlene de Barros Pereira (USP), “De modo sintético, considerando os estudos e as análises de diferentes manifestações artísticas realizadas pelo cineasta-teórico, pode-se esboçar uma definição de cinematismo como sendo a qualidade cinematográfica de concepção de imagem artística que já estaria presente nas outras artes, mas que encontra, no cinema, o seu ápice de realização”. A pesquisadora ainda acrescenta: “trata-se de um modo de organização da estrutura artística que permite o leitor/espectador ir além do discurso latente da obra. Eisenstein analisa elementos como o dinamismo e a plasticidade presentes, por exemplo, em pinturas ou textos literários, para demonstrar de que modo a cinematografia deveria contribuir para a concepção orgânica de uma obra de arte, fugindo de uma mera referencialidade dos fatos apresentados na construção artística”.

Eisenstein foi um dos mais importantes cineastas e filmólogos da União Soviética. Tendo participação decisiva no movimento de vanguarda russa e na Revolução de 1917. Desta forma, ele promoveu a ideia de que o cinema é, além de uma expressão artística, uma ferramenta para a reflexão do homem em seu contexto social – tanto na forma, quanto no conteúdo -, incitando a libertação da dominação cultural e intelectual imposta pelas elites aos mais desfavorecidos.
Suas principais obras são os filmes mudos: “A Greve”, “O Encouraçado Potemkin”, “Outubro”, assim como os épicos históricos “Aleksandr Nevski” e “Ivan, o Terrível”. A obra do diretor também foi um marco na história do cinema com o seu uso inovador de escritos sobre montagem.
Trecho de “A Greve” (1925).
O evento é gratuito, não tendo necessidade de inscrição prévia. Aos que desejarem serão concedidos certificados de participação. O seminário terá a participação de especialistas da Freie Universität Berlin (Alemanha) e Centre Georges Pompidou (França). Para tanto, as explanações em língua estrangeira terão tradução simultânea para o português.
Esta iniciativa também é uma realização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC-UNIRIO), Fundação Casa de Rui Barbosa, Consulat Général de France à Rio de Janeiro / Institut Français Brasil, com o apoio do Núcleo de Investigações em Estética e Teoria do Teatro (NIETT).
Para conferir a programação completa e obter outras informações acesse a página da Fundação Casa Rui Barbosa.
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