Minicurso sobre cinema japonês no pós-guerra e a obra de Kurosawa integra a programação do “II Diálogos sobre História”, promovido pela UFPR

“Não lamento minha juventude” (1946), dirigido por Akira Kurosawa. Crédito: reprodução da internet.

A sétima arte no Japão, durante o período posterior à Segunda Guerra Mundial, é tema do minicurso “Cinema japonês e pós-guerra: Análise da obra ‘Não Lamento minha Juventude’, de Akira Kurosawa (1946)”, a ser ministrado pela historiadora, mestranda Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e colunista da Revista Intertelas Marina de Jesus Amaral Spíndola e pelo mestrando da Universidade Anhembi Morumbi (UAM) Marcos Aurélio Valder Teixeira. A iniciativa integra a agenda da segunda edição do evento “Diálogos sobre História – Ciclo de Minicursos Online”, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de 30 de agosto a 01 de outubro de 2021 pelo site Diálogos sobre História. Os minicursos serão administrados por graduados e pós graduandos em ciências humanas, que fazem parte de vários âmbitos da História, Historiografia e humanidades. O evento terá início no mesmo período estipulado para as inscrições, em que os vídeos das aulas serão disponibilizados aos participantes. De 1 a 13 de outubro é o prazo máximo para os inscritos assistirem aos vídeos dos cursos, realizarem e enviarem as atividades propostas, no intuito de obterem a emissão do certificado.

Crédito: reprodução do site do evento.

Com temáticas abrangentes, os minicursos englobam Brasil, América Latina, África e Ásia. Além de trazer fontes advindas da Historiografia, abarcam quadrinhos, cartuns, charges e cinema como objetos analisáveis, resultados de contextos políticos, econômicos e sociais. Integrando a linha “história da Ásia”, o minicurso “Cinema japonês e pós-guerra: análise do filme ‘Não Lamento minha juventude’, de Akira Kurosawa” (1946) visa analisar esta obra clássica, à luz do contexto político e social do Japão após a Segunda Guerra Mundial. “Para além de uma análise cinéfila, vamos abordar e adentrar uma bibliografia que trate o filme como resultado de um determinado contexto e sociedade, averiguando as rupturas e continuidades após 1945“, explica Spíndola.

Segundo os organizadores do minicurso, o filme, além de demonstrar aspectos pertinentes para a análise cinematográfica, aponta para acontecimentos históricos importantes para o contexto japonês pós 1945, que devem ser analisados para melhor compreensão da história política e cultural do pós guerra. Conforme os especialistas, o trabalho de historiadores do cinema como Marc Ferro e Marcos Napolitano serão também contemplados não apenas em uma análise histórico-temporal do objeto cinematográfico, mas também em reflexões acerca das representações políticas e sociais, elevadas e propagadas pelo diretor Kurosawa.

“Não lamento minha juventude” (1946), dirigido por Akira Kurosawa. Crédito: reprodução da internet.

Desta forma, nós podemos olhar para a história, não só do Japão e do ultranacionalismo japonês, mas também a do Brasil e do conservadorismo. Existem muitos momentos comparativos que demonstram radicalismos em ambos os países. A obra de Kurosawa, além de promover um intenso debate reflexivo, faz olhar para o período de pré e pós guerra, na tentativa de repensarmos nossos papeis políticos. Nós realmente somos agentes transformadores da nossa própria realidade e muitos brasileiros se arrependerão de sua juventude, caso os rumos do Brasil continuem na linha do contexto histórico atual”, salienta a historiadora Spíndola.

Ainda sobre a segunda edição do evento realizado pela UFPR, os organizadores do minicurso enfatizam: “Acreditamos que a proposta para estes minicursos foi muito enriquecedora, principalmente em um momento de pandemia, quando os estudos do alunato de todo o Brasil foi atingido por políticas públicas excludentes. Além de promover um ensino de qualidade e gratuito, os minicursos abrem um panorama para a pesquisa, procurando inserir espectadores de inúmeras faixas etárias em temas dos mais diversos, destruindo falas de ‘senso comum’, tão comuns na contemporaneidade”.

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por Anders Noren

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