Dica Intertelas: série de trabalhos científicos sobre as relações entre a China e a África, organizada pelo Coletivo Qiao

Trabalhadores chineses e africanos trabalham no canteiro de obras da ferrovia TAZARA. Na década de 1970, a China enviou especialistas e cerca de 15.000 trabalhadores para ajudar a construir a ferrovia estratégica, que ligava Dar es Salaam, na Tanzânia, ao centro da Zâmbia e reduzir a dependência comercial regional da Rodésia do apartheid e da África do Sul. Crédito: reprodução do Qiao Collective.

O coletivo Qiao (clique aqui), em suas últimas postagens, disponibilizou uma compilação de artigos, documentos e livros em inglês sobre a relação entre a China e a África que, segundo seus organizadores, desafiam as ideais ocidentais hegemônicas que afirmam ser tal cooperação “neocolonialismo” chinês, ou “diplomacia da armadilha da dívida”. “Como essas leituras deixam claro, tais narrativas servem principalmente para obscurecer a hegemonia financeira e militar ocidental em curso no continente africano, onde o Estado chinês e os investimentos privados continuam sendo relativamente recém-chegados e a presença militar chinesa é quase inexistente“, salientam.

O coletivo segue argumentando que: embora o investimento chinês significativo na África seja orientado por interesses comerciais privados, essas leituras também mostram que os investimentos Estatais da China fornecem oportunidades únicas para os interesses trabalhistas, ambientais e de desenvolvimento nacional dos países africanos. “Eles promovem uma alternativa importante, embora imperfeita, ao investimento predatório ocidental. Da mesma forma, a participação africana na Nova Rota da Seda tem o potencial de gerar bilhões de dólares em infraestrutura, o que há muito tem sido um obstáculo para a independência econômica e o desenvolvimento sustentável da África”, afirmam.

Entre os principais objetivos do Qiao Collective é: “desafiar a crescente agressão dos EUA contra a República Popular da China e equipar o movimento anti-guerra dos EUA com as ferramentas e análises para melhor combater o acirramento de um conflito da Nova Guerra Fria com a China“. O coletivo ainda procura ser: “uma ponte entre a esquerda dos EUA e o rico trabalho e pensamento político marxista e anti-imperialista da China, a fim de promover uma consideração crítica do papel do país asiático e do socialismo com características chinesas na geopolítica contemporânea“. Para ter acesso ao material referente as relações sino-africanas selecionado, em inglês, acesse o site do Qiao Collective (clique aqui).

Tradução e adaptação da notícia: Alessandra Scangarelli Brites, editora da Revista Intertelas

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por Anders Noren

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