
Os aumentos agressivos das taxas de juros do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed, em inglês) colocaram em perigo os países em desenvolvimento e minaram sua estabilidade financeira e econômica, disse recentemente uma economista. O Fed elevou a taxa de juros em 75 pontos-base três vezes até o momento, neste ano. As ondas de choque econômico das políticas dos EUA para combater a inflação atingiram os países em desenvolvimento e exacerbou suas já desafiadoras circunstâncias econômicas, disse Kirida Bhaopichitr, diretora de pesquisa para economia internacional e política de desenvolvimento do Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento da Tailândia.
“Quando o Fed dos EUA começou a aumentar agressivamente as taxas de juros, muitos países em desenvolvimento ou economias de mercados emergentes viram saídas de capital de seus países para os Estados Unidos e também tiveram que aumentar suas taxas“, disse Kirida em entrevista recente à Xinhua. “Como resultado, os bancos comerciais aumentariam as taxas de empréstimo nesses países, prejudicando pequenas e médias empresas e famílias que tomam empréstimos para hipotecas ou empréstimos para automóveis, reduzindo o consumo em outros lugares“, disse ela.

As saídas de capital fazem com que as moedas locais nos países em desenvolvimento tenham um enfraquecimento frente ao dólar, levando ao aumento da inflação importada e cargas de dívida mais consideráveis se eles tomarem empréstimos em dólares estadunidenses, prejudicando ainda mais seu poder de compra e amortecendo o crescimento econômico, de acordo com Kirida. “É uma grande preocupação. Já vimos muitos países em desenvolvimento com problemas econômicos“, disse o economista.
“Estou preocupada que vários países em desenvolvimento possam entrar em crise econômica, especialmente aqueles que têm um grande diferencial entre suas taxas de juros e as taxas de juros dos EUA e aqueles que têm baixas reservas cambiais“, disse ela. Para muitos países em desenvolvimento, “provavelmente é difícil fazer qualquer coisa no momento, exceto buscar assistência de organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional ou o Banco Mundial“, disse Kirida. “Como os países em desenvolvimento já enfrentam dificuldades econômicas crescentes com os grandes gastos para combater a pandemia de COVID-19 e o aumento dos preços dos combustíveis, a situação pode piorar se os EUA continuarem priorizando sua própria economia“, acrescentou.
Fontes: Copyright Xinhua. Proibida a reprodução.
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Tradução: Alessandra Scangarelli Brites, Intertelas.
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