Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa promove interação dos alunos com a cultura chinesa durante celebrações do Dia Nacional da China

Crédito: Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa/Instituto Intercultural Brasil-China.

Nesta sexta-feira passada, 30 de setembro de 2022, as relações sino-brasileiras foram celebradas de forma bastante criativa e interativa no Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa, localizado no bairro Charitas, na cidade Niterói, Rio de Janeiro. Também conhecido como Instituto Intercultural Brasil-China, o colégio foi inaugurado em setembro de 2014 e é resultado de uma parceria entre a Universidade Normal Hebei da China e o Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Com um trabalho pedagógico que enfatiza o estudo das ciências exatas e do mandarim, principal idioma da China, mas sem desconsiderar a área das humanas, a instituição já se destaca como uma das principais do estado do Rio, tendo ganhado recentemente nota máxima entre as escolas estaduais de ensino médio. Ela é conhecida também por ter uma aprovação alta em universidades públicas brasileiras em áreas como matemática, engenharia e física. Alguns dos seus graduados conseguiram bolsas para estudar na China e outros foram chamados para oportunidades de empregos justamente por terem o diferencial de falar o mandarim. O colégio ainda soma a sua lista conquistas os prêmios Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Idep) e Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).

Desta forma, com um histórico bastante diferenciado, a proximidade estratégica com a China é valorizada em datas especiais. Assim, em razão do feriado de 1 de outubro no país asiático, em que os chineses comemoram a proclamação de sua República Popular ( o Dia Nacional da China), ocorrida em 1949, os professores, alunos, funcionários e a diretoria do colégio uniram-se para realizar um evento que não apenas celebrasse o vínculo com a China, mas também inaugurasse uma nova fase da vida escolar, após um duro período de dificuldades que a pandemia impôs à comunidade local em todo o Brasil e o mundo.

Crédito: Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa/Instituto Intercultural Brasil-China.

Por isso, durante esta última sexta-feira, o colégio tornou-se uma verdadeira feira cultural e de conhecimento, onde cada espaço da escola, a exemplo da biblioteca, e suas salas de aula foram transformados para apresentar ao público algum tema relacionado à China. Entre os convidados para a ocasião estavam os familiares dos alunos, professores e estudantes da Unidade Municipal de Educação Infantil Darcy Ribeiro (Creche Umei), o Centro Integrado de Educação Pública (CIEP 449) Governador Leonel Moura Brizola – Intercultural Brasil-França, o Colégio Estadual Guilherme Briggs, o Colégio Estadual Maria Pereira das Neves e o Colégio Estadual Fernando Magalhães.

Conforme a diretora adjunta Flávia Machado dos Santos, diversas áreas do conhecimento e da cultura chinesa foram escolhidas pelos estudantes que realizaram apresentações aos presentes, com o auxílio dos professores e demais membros do Instituto. Entre elas estavam: história, geografia, filosofia, medicina tradicional chinesa, o idioma mandarim, caligrafia, artes marciais, literatura, música, teatro/ópera, dança tradicional chinesa, dinastias, culinária, mitologia e vestimentas de diferentes períodos históricos do país que tem mais de 5 mil anos e que atualmente é o principal parceiro comercial do Brasil.

Tudo começou com uma proposta realizada pelo professor de mandarim Fabrício Haddad no início deste ano. A professora de cultura chinesa Rosiara Castro foi uma das primeiras que logo se interessou e decidiu ajudar. Foi preciso dois meses de preparo para o evento de um dia. Para tanto, toda a escola foi mobilizada e o engajamento foi total. Neste processo, aos alunos foi possível desenvolver suas habilidades de pesquisa, adquirir novas informações e aprofundar seus conhecimentos sobre China. Auxiliados e orientados pelos professores, eles tiveram a experiência do trabalho em equipe e tornaram-se verdadeiros palestrantes durante as exposições aos convidados que incluíam seus familiares, integrantes de outras escolas e habitantes da comunidade”, explica a diretora.

As atividades ocorreram durante o período da manhã e da tarde. Após o café da manhã, a diretora geral Elisângela Lopes do Nascimento, acompanhada das diretoras adjuntas Flávia Machado dos Santos e Josenir Cabral da Rocha, além do corpo docente, abriu os trabalhos, agradecendo a presença e o empenho de todos. Após os hinos do Brasil e da China iniciaram-se as apresentações programadas. Posteriormente, o almoço teve um cardápio especial para a data com o prato típico chinês, frango à xadrez. O professor Haddad, um dos idealizadores da iniciativa, proferiu um breve discurso. Após seguiram-se atrações de dança, desfiles de vestimentas tradicionais, cerimônia do chá e apresentações de corais formados pelos próprios alunos que cantaram músicas em mandarim.

Segundo a diretora Flávia, a criatividade imperou no evento: “Um aluno escolheu interpretar o pensador chinês Confúcio (nascido entre 552 a.C. e 489 a.C), e vestido com roupas da época, ele interagia com os presentes. Os alunos da Unidade Municipal de Educação Infantil Darcy Ribeiro, onde também é ensinado o mandarim, vieram especialmente para cantar músicas no evento. Foi uma verdadeira comunhão entre os estudantes. Por dois anos, estas festividades foram suspensas em razão da Covid-19”.  Durante a pandemia, o colégio promoveu esforços para levar o material escolar aos alunos que não tinham acesso à internet e agora trabalha constantemente para cobrir qualquer defasagem deixada pelo longo período fora das salas de aula.

Apesar do contexto complexo, a estrutura de turmas que vão de 15 a 30 alunos e uma filosofia que objetiva o trabalho conjunto possibilitou ao colégio ultrapassar este período difícil. “O estado do Rio de Janeiro forneceu um material complementar para os que não tinham acesso à internet, mas a iniciativa dos próprios alunos e toda a equipe do colégio é que fez a diferença. O Grêmio Estudantil R-evolução, por exemplo, é responsável por organizar um Grupo de Estudo do Mandarim que funciona de 15 em 15 dias. A colaboração deles no evento desta sexta foi fundamental também. Incentivamos este tipo de cooperação no cotidiano de nossa escola, a exemplo de quando os alunos mais velhos auxiliam os mais novos. Creio que, assim, vamos construindo pouco a pouco uma convivência escolar mais humanitária, integrada, que adquiri conhecimento de excelência e está aberta a interação com outras culturas e povos, ao mesmo tempo que preza pelos próprios costumes e valoriza o próprio país”, enfatiza a diretora.

Agradecimentos: Esta reportagem contou com o apoio de todo o corpo docente do Colégio Estadual Matemático Joaquim Gomes de Sousa, em especial da diretora adjunta Flávia Machado dos Santos para ser realizada.

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por Anders Noren

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