
Em entrevista de quase uma hora ao programa “Entre Vistas”, da TVT, apresentado pelo jornalista Juca Kfouri, e que foi ao ar em 18 de maio último, o diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação, Hélio Doyle, detalhou os planos que a nova gestão tem para a TV Brasil. E, do que ouvimos, as propostas agradam.
Por exemplo, resgatar o desmembramento que havia entre TV Brasil e TV NBR, quando a EBC foi criada, em 2007. Um canal, a TV NBR, cuidava da cobertura da agenda governamental. O outro, a TV Brasil, mantinha programação de caráter público e de emissora educativa.
Em 2019, quando o antigoverno se instalou, os dois canais passaram a ter a mesma programação – governamental. Apesar da resistência do corpo de empregados e de setores da sociedade civil, a programação educativa e pública da TV Brasil foi sendo gradativamente descaracterizada.
Com o desmembramento, a EBC deve resgatar – e aprimorar – a essência original da TV Brasil. O outro canal, a antiga NBR, deverá chamar-se “TV Gov”, conforme adiantou Hélio Doyle. O diretor-presidente da EBC reiterou a importância de colocarmos em prática o princípio da complementaridade do sistema de radiodifusão aberta, estabelecido no artigo 223 da Constituição da República. Ou seja, devemos ter estações de rádio e televisão comerciais, estatais e privadas.
A EBC vai garantir o canal estatal – para quem quiser (e tem esse direito) de acompanhar as ações do governo – e o público, a TV Brasil, para circular conteúdos plurais, diversos, que nem sempre encontram espaço nas emissoras comerciais (Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, Gazeta…). Pluralidade de conteúdo – cinema, dramaturgia, jornalismo, entretenimento, esportes – e de pontos de vista. O discurso único de defesa às privatizações e de porta-voz do mercado financeiro, bem como de demonização dos movimentos sociais como o MST, recorrente nas emissoras privadas, vai ter na TV Brasil um foro de contraponto.
Porque é assim que se faz democracia: com uma Comunicação Social que reverbere os diferentes pontos de vista da sociedade, e não só aquelas opiniões que interessam a meia-dúzia de emissoras de televisão. Também chamou a atenção a preocupação da nova gestão com programação infantil. A TV Brasil abre espaço significativo a atrações assim, preenchendo uma lacuna deixada pelas emissoras comerciais. Isso será mantido e aprimorado, segundo Doyle. “Programação infantil é mais que desenho animado”, defendeu. Aqui, a entrevista completa:
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