
Para os que acompanham as transformações recentes do cenário internacional, é possível perceber que o continente asiático volta a retomar seu lugar histórico de influência mundial, ao lado dos EUA e da Europa. Contudo, países como o Brasil, que tem um passado vinculado ao mundo europeu, acabaram por ignorar a cultura e a história deste continente que, hoje, pode oferecer diversas oportunidades aos brasileiros no mercado de trabalho. Uma ferramenta crucial para tanto é aprender um idioma de um país asiático. O Japão já não é apenas um parceiro do Brasil. Nosso país possui o maior número de japoneses e seus descendentes depois do próprio Japão.
Significa que, assim como outros tantos imigrantes de outras partes do mundo, os japoneses passaram a fazem parte da história brasileira. Mas como aprender um idioma que apresenta uma estrutura tão distinta do português? A Revista Intertelas, em parceria com o Instituto Kyoto (clique aqui), fundado em 2019, no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro, vem refletir um pouco sobre o aprendizado do japonês. Para tanto, entrevistamos o professor Mitsuru Suenaga (FEUC-RJ), nascido no Brasil e criado no Japão, para responder a algumas questões sobre as vantagens de aprender a língua japonesa. Confira abaixo.

Muitos alunos procuram estudar japonês em razão da influência exercida pela indústria cultural japonesa. Porém, atualmente, há concorrentes como o coreano e o mandarim. Na sua visão, qual a importância de estudar o japonês na conjuntura dos tempos atuais?
No mundo globalizado que vivemos atualmente, acredito que aprender idiomas, ter algum idioma diferenciado no currículo, é quesito importante para disputarmos espaço no mercado de trabalho. Antes, saber apenas o inglês era importante, mas hoje, qualquer idioma no currículo é uma abertura de portas para mercado de trabalho. É claro que, quanto mais conhecimento temos quanto aos idiomas, melhor é para a pessoa.
A língua japonesa apresenta uma estrutura bem distinta dos idiomas de origem indo-europeia como o português. Assim, o que você destacaria como os principais desafios para o estudante aprender o japonês?
O idioma japonês, diferente do latim, são ideogramas, conjunto de símbolos que cada qual forma uma letra ou até uma palavra. E para as pessoas do ocidente, que já estão acostumadas a escrever na horizontal e de forma cursiva, escrever os ideogramas japoneses é um desafio complexo. Porém, aprendido de forma correta, a pessoa não só adquire conhecimento, mas também sabedoria, pois a língua japonesa contém um histórico profundo e longínquo.
Cada idioma tem uma peculiaridade própria, uma riqueza única. Qual seria, ou quais seriam a/as peculiaridade (s) do japonês na sua opinião?
Assim como citei na questão anterior, a língua japonesa é dotada de uma profunda e longínqua história. O que isso quer dizer? É que a língua passa a ter um aspecto ou influência muito positiva no ser humano em relação à sociedade que vive. Ou seja, a escrita, por exemplo, passa a ter uma influência de sabedoria na forma como viver dentro de uma sociedade. Isso é muito peculiar do idioma japonês, pois aprendendo esse idioma além do conhecimento, a pessoa adquire sabedoria.

Que conselhos daria aos brasileiros que almejam estudar o japonês?
O conselho é que nesse mundo em que vivemos, os obstáculos têm sido cada vez mais complexos para superá-los. Porém, aprendendo o idioma japonês, a pessoa, adquire a sabedoria para como superar as barreiras da atualidade. Isso ocorre porque o idioma japonês na sua conjuntura possui o conhecimento, como todos os outros idiomas, mas possui também, nas suas entrelinhas, a sabedoria. Basta ser aprendido de forma correta.
O Brasil é o país com maior número de japoneses depois do próprio Japão. Isso significa que estes imigrantes e seus descendentes fazem parte da nossa história, fazem parte da constituição do povo brasileiro. Como você analisa esta questão, no que diz respeito a aceitação, ou melhor, incorporação, integração desses imigrantes e seus descendentes à cultura e à história do Brasil?
Os primeiros imigrantes japoneses vieram logo após a Lei da Abolição da Escravatura no Brasil. Por essa razão, por ainda ser um fato recente, os primeiros imigrantes sofreram muito nas lavouras cafeeiras, sendo tratados como escravos em seus trabalhos. Mas o povo japonês sabe superar desafios, como também sabe o que é sofrer. Diante de uma crise profunda, estando no fundo de um poço, ele sabe como subir e voltar a crescer. Investir na educação foi a única forma para fazer do povo maltratado passar a ser um povo respeitado na sociedade. Hoje, vemos na sociedade brasileira pessoas de origem japonesa nas áreas da educação, medicina, agricultura, advocacia, odontologia e direito, por exemplo.
Como você analisa o mercado de ensino da língua japonesa no Brasil? Há questões a serem melhoradas? Se sim, quais seriam?
A divulgação é um fator crucial para que as pessoas, principalmente os jovens, conheçam e saibam da importância do aprendizado do japonês. Outro fator muito importante é o da continuidade, do manter o aluno sempre motivado para aprender o idioma. Pois, por se tratar de um aprendizado complexo com escritas e gramáticas peculiares, é comum que haja o desgaste e a desmotivação. Por isso, é importante uma metodologia que desperte sempre a curiosidade e o interesse do aluno e o motive a querer saber cada vez mais.
O Instituto Kyoto surgiu com o propósito de oferecer ao público carioca, fluminense e do Brasil uma alternativa para aprender o japonês. Qual o diferencial que poderia ser apontado do Instituto nesta questão?
Os principais diferenciais que temos no Kyoto, e que são valiosos para nós, são todos em busca de um aprendizado acessível e descomplicado. Prezamos que as aulas caibam na rotina no aluno. Então, queremos facilitar o processo ao máximo. Para isso, utilizamos os mnemônicos visuais (técnica com o objetivo de auxiliar a memória), que auxiliam na memorização dos caracteres, já que eles são diferentes dos que estamos acostumados no Brasil.
As aulas gravadas são excelentes para a rotina corrida. O aluno consegue fazer na melhor hora possível para ele e onde quiser. Porém, como entendemos que a interação é essencial ao aprendizado, também oferecemos aulas ao vivo. Assim, existe uma criação de vínculo entre alunos e professores. O conteúdo do curso é completo, com mais de 200 videoaulas. Assim, é possível começar do zero e atingir o nível avançado, com um certificado válido para conquistar oportunidades acadêmicas e profissionais. Esses diferenciais proporcionam aos alunos uma experiência de aprendizado eficiente, permitindo que eles aprendam melhor e em menos tempo.
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