
Uma das bandas de maior sucesso de crítica e de público do Brasil, o Pato Fu está em turnê que celebra os 30 anos do grupo, completados em 2022. Até o final de 2023, o quinteto tem apresentações marcadas em Timóteo (MG) e São Cristóvão (SE). Nos últimos meses, com esse show de comemoração, o Pato Fu já passou por Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Acompanhamos, in loco, o espetáculo na capital paranaense, em 30 de setembro.
Espetáculo enquanto substantivo e enquanto adjetivo também. A apresentação levou o público do Teatro Guaíra ao delírio, especialmente em momentos de maior ousadia do show. Um deles, na virada para o bis, quando a banda toca “Capetão 66.6″. Aliás, possivelmente sabedora do que esse trecho do espetáculo reserva, desde o começo parte da plateia já pedia: “Capetão… Capetão”. “Calma, vocês estão muito ansiosos”, respondeu com bom humor, depois de alguns clamores mais efusivos, o guitarrista John Ulhoa.
A caracterização que a vocalista, Fernanda Takai, assume ao iniciar “Capetão 66.6”, bem como a projeção audiovisual exibida durante a música no telão ao fundo transformam essa parte do show na mais vibrante. Tanto que, assim que a música termina e o grupo se retira, o tradicional pedido de “mais um” emerge em rotação máxima.
No retorno, estabelece-se a, digamos, normalidade do cenário, mas a contundência não baixa. Pato Fu volta com “Silenciador”, uma das novas músicas do grupo, que, se tem uma batida bem mais leve que “Capetão 66.6”, possui uma letra ainda mais forte – bem mais forte. A crítica à hipocrisia pelo uso do discurso religioso para justificar violências está expressa ali, sem meias palavras. “Deus fala pelo cano do meu revólver”, diz o refrão.
Falar em músicas novas, um dos destaques dessa turnê 30 anos do Pato Fu é justamente a mescla entre os clássicos e as canções recém-lançadas. “Uma banda que chega aos 30 anos, para alcançar os 40, precisa de músicas novas”, explica ao público Fernanda Takai, antes de cantar um desses lançamentos.
Mas, quem for em busca dos eternos sucessos da banda, pode ficar sossegado ou sossegada. Estão lá no apresentação, e não raro Fernanda Takai abre os microfones para que a plateia cante, à capela, trechos dessas canções. “Descobrimos que uma das coisas mais difíceis da vida é selecionar as músicas para uma turnê de 30 anos de uma banda”, brinca Takai no show.
Falamos na projeção audiovisual durante “Capetão 66.6”. A convergência com essa linguagem se dá nos 90 minutos de apresentação. Quando estão sendo tocados os sucessos, surgem vídeos do passado da banda. Quando entram as novas músicas, vêm os videoclipes em animação feitos para cada uma delas. Por sinal, animações que ajudam a gente a viajar na arte musical do Pato Fu. Neste link, você pode acompanhar a agenda da turnê Pato Fu 30 anos, bem como ouvir as novas canções do grupo: https://linktr.ee/patofu.
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