
Ho Chi Minh (1890 – 1969) foi um líder revolucionário comunista vietnamita, presidente e primeiro secretário da Partido dos Trabalhadores do Vietnã. Ele também foi primeiro-ministro (1945-1955) e presidente (1945-1969) da República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte). Foi uma figura chave para o Exército Popular do Vietnã, durante a Guerra do Vietnã.
Qualquer descrição da vida de Ho Chi Minh antes de ele chegar ao poder no Vietnã é repleta de ambiguidade. Ele é conhecido por ter usado pelo menos 50 e talvez até 200 pseudônimos. Ele falava fluentemente francês, inglês, russo, cantonês e mandarim, além da sua lingua materna o vietnamita. Com relação a sua vida antes da chegada ao poder, até onde se sabe, ele trabalhou como cozinheiro em uma embarcação francesa, em 1911. Em 1915 chegou em Londres, onde permaneceu até seus 21 anos, quando decide ir para a França, trabalhando como jardineiro e garçom.

Foi neste época que teve a oportunidade de integrar-se aos movimentos socialistas franceses, auxiliando a fundar, em 1920, o Partido Comunista Francês. Com o objetivo de estudar tática e combate vai para Moscou e entra para o Comintern, tornando-se um colaborador internacional importante para o Partido Comunista Russo. Dois anos depois é enviado para a China, país de onde é expulso em 1927. Acaba tendo de vagar por diversas regiões até conseguir chegar à Indochina e organizar o movimento de libertação da França, que matinha o controla sobre a região desde 1854.
Durante a II Guerra Mundial engaja a guerrilha no combate em conjunto com os aliados para expulsar os invasores japoneses da Indochina. Com a capitulação do Japão, torna-se o líder do Estado independente ao norte da Vietnã. Contudo, a Guerra da Indochina estava longe de acabar e os franceses apenas reconheceriam sua derrota em 1954. Porém, as questões políticas internas do país acabam levando a uma divisão e consequentemente a guerra civil. Ho Chi Minh já presidente do Vietnã do Norte, incita combates e corrobora para o fortalecimento da Frente de Libertação Nacional do Vietnã do Sul, os famosos Vietcongs, pesadelo dos soldados estadunidenses.

O objetivo do líder era a unificação que ele alcança, com auxilio da China socialista e da União Soviética, ao expulsar as tropas norte-americanas que apoiavam o governo do sul. Isso ocorre em 30 de abril de 1975, encerrando mais de dez anos de um conflito sangrento. Saigon, antiga capital do Vietnã do Sul, foi rebatizada posteriormente com o nome de Ho Chi Minh, após a reunificação.

Entre as táticas do líder socialista estava em conquistar a confiança dos camponeses, já que o Vietnã era e ainda é um país essencialmente rural. Para tanto, ele estabeleceu algumas diretrizes, no intuito de mantê-los unidos em torno de um objetivo. Tais “regras” visavam ainda a educação básica como higiene, noções de cidadania, liberdade e bom convívio no viver em comunidade. A Ciências Revolucionárias lançou este ano uma nova edição dos escritos de Ho Chi Minh de 1919 a 1969, em dois volumes. Segundo a editora, tratam-se de: “antigas publicações realizadas entre abril e julho de 2016 pela editora Raízes da América, somada a conteúdos e traduções inéditas além de longos textos introdutórios, somando ao todo mais de 330 páginas para todos aqueles que querem se aprofundar nos estudos da experiência socialista do Vietnã, a primeira a ser independente na Ásia”.
A obra segue uma ordem cronológica da vida do líder socialista. De 1919 a 1939, o também estrategista político salienta a importância da libertação dos povos coloniais, e para tanto ele utilizou as bases teóricas do marxismo-leninismo para dar base a sua construção teórica. Posteriormente, já se pode ter acesso ao pensamento de um revolucionário maduro que objetiva a expulsão das tropas norte-americanas do território vietnamita e a reunificação do país.
Entrevista de Ho Chi Minh à televisão francesa em 1964 (legendas em inglês)
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