
Já dizia a minha avó: o que não tem cura, remediado está. Essa máxima da cultura popular vale para a produção audiovisual. Daqui por diante, o vídeo será o “carro chefe” da comunicação entre qualquer plataforma. Essa realidade já está entre nós. Atualmente o WhatsApp é, além de uma ferramenta de propagação de fake news, o maior instrumento de vendas online. O público/consumidor/usuário já busca o “zap” da empresa. Os cursos, formulários, provas e testes já estão robotizados. Na contra mão dessa pujança tecnológica está o esgotamento, a fadiga digital. Papo para outro texto.

O que quero pontuar aqui é o fato da América Latina ser um mercado estratégico para as marcas, produtores de conteúdo e players. Como não há competição e livre mercado interno efetivamente, a Netflix lidera na área. Algumas TV’s latinas, por exemplo, desistiram de criar seus próprios serviços Over-the-Top (OTT) para coproduzir com a empresa americana. Foi o que aconteceu com a Blim, streaming da Televisa. O mesmo aconteceria no Brasil? Ainda é cedo para dizer, pois aqui há muitas particularidades. A Globo é muito capilarizada e a RecordTV muito segmentada. Ao final, o consumidor terá sempre que escolher, e que bom que seja assim, qual plano pagar. Nessa hora, o embate é sempre pelo criativo. Cada canal buscará o seu conteúdo original de ouro.
Num panorama geopolítico, a América Latina sempre foi subjugada a não construir seus próprios impérios. Por uma questão histórica e de luta pelos créditos do desenvolvimento, os americanos conseguiram estabelecerem-se com um padrão. O velho capitalismo de sempre. É importante refletir se essa “economia criativa” está promovendo o desenvolvimento local ou se é o modus operandi 4.0 da dominação cultural.
Olhando para o futuro, a Netflix investirá mais em produções locais não só por uma questão das legislações, mas por conta das necessidades do público. Serão 6 obras colombianas para 2019 e cerca de 20 novas produções brasileiras. Como se vê, ainda há muito a ser feito e é preciso acompanhar os movimentos, pois no streaming os padrões de avaliação estão fora dos padrões.
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