
Nesta quarta-feira, dia 30 de junho, ocorre o lançamento do livro “América Latina na Encruzilhada: lawfare, golpes e luta de classes”, organizado por Roberto Santana Santos, doutor em políticas públicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Maria Villarreal, professora do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e João Claudio Pitillo, professor de história (UERJ), doutor em história social (UNIRIO) e colunista da Revista Intertelas. Para marcar a data, a editora Autonomia Literária organizou um debate com os organizadores e Jaime Osorio da Universidade Autônoma do México que será transmitido, às 19h, pelo Canal no YouTube da editora.

Segundo o professor titular de história moderna e contemporânea da UFRJ e ganhador do Prêmio Jabuti 2014 Francisco Carlos Teixeira da Silva: “O livro América Latina na encruzilhada é um balanço, nem sempre otimista e alentador, das duas últimas décadas de transformações em nosso continente. Após uma euforia inicial, parecida com aquela experimentada nos primeiros anos da Unidade Popular com Salvador Allende no Chile em 1970-1973, uma série de governos populares na Argentina, Brasil, Bolívia, Equador e, ainda uma vez, no Chile, fez ressurgir a possibilidade de mudanças profundas num continente onde, desde suas origens, a colonidade parecia ser um destino inexorável. No entanto, uma série de golpes, mesmo que com novas roupagens, primeiro em Honduras, depois no Paraguai, Brasil e Bolívia viria explicitar que mesmo os governos ditos ‘populares e progressistas’ e suas agendas reformadoras, no âmbito do capitalismo, não tinham condições de avançar numa sociedade rigidamente classista, desigual, racista e marcada por um profundo egoísmo histórico.
Os autores reunidos neste livro, para além de um balanço histórico dos avanços e recuos dos movimentos populares, lançam à complexa tarefa de questionar as razões históricas – e portanto, suscetíveis de transformação – que ainda hoje condenam os povos latino-americanos a viver em Estados marcados por uma ‘sub-soberania’, sujeitos a uma condição colonial, controlados por uma elite mesquinha e desprovida de qualquer projeto nacional. Para tal, os pesquisadores fazem uma ‘interpelação do Estado’ na América Latina, de sua natureza e limitação, de seu caráter de classe, de sua incapacidade de deslocamento em direção aos grupos subalternos, populares, às grandes maiorias étnicas historicamente exploradas, às minorias de gênero e regionais“.
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