
Conforme noticia o boletim informativo da Embaixada do Brasil em Moscou, há quem afirme que músicos russos andarilhos eram vistos nas ruas do centro do Rio de Janeiro, por volta do início do século XX, executando peças cativantes em um violão diferente, com sete cordas, e curvas mais acentuadas, ligeiramente distintas da tradicional guitarra clássica espanhola (formato mais conhecido de violão no mundo inteiro nos dias hoje). Impressionados e intrigados com aquele instrumento, alguns violonistas brasileiros passaram a encomendar violão construído com uma sétima corda (à época utilizava-se corda de violoncelo para essa função).
No fim das contas, o violão de sete cordas brasileiro consolidou-se com formato e afinação diferentes da “guitarra russa de sete cordas” – instrumento admirado pela elite russa do século XIX, que ficou esquecido durante as primeiras décadas do período soviético e foi resgatado na segunda metade do século XX pelo brilhante violonista Sergei Orékhov. Maiores detalhes sobre essa história você encontra no documentário “Herança Russa”, apresentado por Yamandu Costa, um dos maiores virtuoses do violão de sete cordas brasileiro.
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Como consta na descrição do filme no Canal de Costa no YouTube, este filme trata-se de uma adaptação do primeiro episódio (Herança Russa) da famosa série ‘Sete Vidas em 7 Cordas’, exibida no 9ª Festival Brasileiro da Russia, dirigida por Pablo Francischelli. A produção seriada também documental traça um painel amplo e variado dos usos, costumes e lendas que cercam este ícone da musicalidade brasileira, através da vida e da obra daqueles que fizeram suas carrerias dedilhando as suas cordas.
De acordo ainda com o que foi informado são retratados instrumentistas de diferentes gerações – com idades variando dos 19 aos 70 anos – e de diversas regiões brasileiras, a série apresenta instrumentistas que, ao longo do tempo, foram modernizando a sua linguagem e ampliando suas possibilidades musicais para além dos limites de gênero e convenções.
Produção: Doblechapa Cinematografia
Curadoria e Apresentação: Yamandu Costa
Direção: Pablo Francischelli
Produção Executiva: Caio Jobim
Roteiro: Caio Jobim e Pablo Francischelli
Fotografia: Rita Albano
Edição: Pablo Francischelli e Natália Mizher
Som Direto: Pedro Moreira
Edição e Mixagem de Som: Breno Furtado
Arte: Raphael Candela
Produção Rússia: Tima Botwin
Muito legal.