
Numa palestra, Norbert Molina Medina, estudioso venezuelano e secretário geral da Associação de Estudos da China, fez uma apresentação detalhada do que descreve como “Reformas econômicas e mudanças sociais na China”. Esta iniciativa integra os Ciclos de Conferência China-América Latina, uma série de palestras organizadas conjuntamente pelo Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais e instituições de pesquisa de vários países da região pertencente ao continente americano. Nesta oportunidade, os estudiosos de ambas as partes mostram os frutos de suas pesquisas, no intuito de compartilhar informações e melhorar a compreensão mútua. A série de palestras será transmitida ao vivo para o mundo até dia 26 de Novembro através do site CNKI (clique aqui).
Segundo Norbert, sua trajetória com a China iniciou em 2005, quando assumiu como pesquisador no Centro de Estudos da África, Ásia e Diásporas Latino-Americanas e Caribenhas no Centro de Estudos Asiáticos e Africanos da Universidade de Los Andes da Venezuela. Em 2015, 2017 e 2018, ele visitou a China três vezes, onde teve a oportunidade de observar de perto a economia e a sociedade chinesas, crescendo seu interesse pelo país. Em outubro de 2018, assume como Secretário Geral na Associação de Estudo da China, fundada na Venezuela, uma instituição acadêmica que visa promover o intercâmbio acadêmico e cultural entre a China e Venezuela, e promover os estudos da China por acadêmicos venezuelanos.
Referindo-se à economia chinesa, Norbert disse: “Para a América Latina, a China é um país muito importante“. Ele começou descrevendo a política de Reforma e Abertura em dezembro de 1978, quando foi realizada a Terceira Sessão Plenária do Décimo Primeiro Comitê Central, para iniciar o processo de modernização econômica reconhecido internacionalmente, ou seja, a reforma interna e a abertura para o exterior, uma política que levou as grandes mudanças na China.
A este respeito, Norbert explicou três assuntos principais: Como a China pode progredir em seu processo de modernização? Que fatores ajudaram o país a alcançar as metas? Que impacto as reformas tiveram sobre a sociedade chinesa? Em resposta aos dois primeiros assuntos, Norbert resumiu os pontos de vista dos vários estudiosos ocidentais, argumentando que fatores-chave nos frutos positivos da China incluem a estabilidade política, a sociedade ordenada, a adaptação das reformas às características chinesas, a implementação de reformas progressivas, o apoio das comunidades chinesas no exterior, o alto nível de profissionalismo da liderança e o enorme mercado.
Voltando ao terceiro ponto, Norbert apontou que o processo de reforma afetou todos os aspectos da vida cotidiana do povo chinês. O desenvolvimento econômico mudou a paisagem da sociedade, ajudando a China a passar de uma “sociedade rural” para uma “sociedade urbana”. E houve uma mudança na maneira de pensamento das pessoas, como a emergência de novas perspectivas, assim como uma redução significativa na taxa de pobreza, o desenvolvimento da ciência de ponta e o aumento do consumo. Entretanto, isto também trouxe uns desafios como o envelhecimento da população, a poluição ambiental e o aumento da desigualdade.

Por meio dos dados e gráficos, ele fez uma apresentação das mudanças que ele viu na sociedade chinesa como fruto das reformas econômicas. Em termos de composição da população, a China assistiu a uma rápida urbanização entre 1978 à 2018. Em 1978, a população rural chinesa representava mais de 80% da população, uma proporção que caiu para 40% em 2018.
Além disso, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas da China, as proporções de homens e de mulheres chegam ao equilíbrio cada vez mais. No final de 2018, a proporção de sexo da população total em termos de estrutura de gênero era de 104,64 (com as mulheres como 100). Em termos de educação, a China investiu muito em estudos científicos e tecnológicos, com o número de pesquisadores chineses excedendo ao dos Estados Unidos e do Japão.
Em termos de mobilidade social, de acordo com o Ministério da Educação da China, o número de alunos chineses que estudam no exterior vem crescendo, de 284.700 em 2010 para 540.000 em 2016. Além disso, entre 1979 até 2018, o número de carros em Pequim aumentou de 77.000 para 8,54 milhões, enquanto o número de bicicletas caiu de 5,6 milhões para 2 milhões (incluindo as bicicletas compartilhadas). Em termos de digitalização, de acordo com o Guia de Economia Digital do Statista, o rendimento de B2C on-line na China foi de cerca de US$ 765 bilhões em 2018, superior aos US$ 698 bilhões nos EUA e aos US$ 434 bilhões nos cinco países europeus (Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Itália).
Tan Xin
Jornalista do Diário Chinês para a América do Sul
Tradução de Pan Luodan
Jornalista do Diário Chinês para a América do Sul
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