1º Festival do Livro Vermelho do Rio promove obras do campo progressista e retoma a atuação dos sindicatos como espaços ativos para debates

Crédito: Alessandra S. Brites/Revista Intertelas.

Acontece no Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-RJ), R ua Morais e Silva, 94 – Maracanã, nos dias 1, 2 e 3 de setembro, das 9h às 21h, o Festival do Livro Vermelho do Rio de Janeiro (Fliv-Rio). Em abertura realizada no dia 31 de agosto, o público está tendo acesso ao conteúdo disponibilizado por mais de 40 editoras e a uma variedade de debates, palestras, sessões de autógrafos e rodas de conversa com autores, figuras políticas, acadêmicos e pensadores. O festival ainda recebe atividades culturais com companhias teatrais que encenam clássicos da literatura do pensamento socialista e do campo progressista em geral. Os livros à venda têm descontos de até 30%.

Segundo a organizadora Maria Claudia Pereira da Silva, o objetivo principal da iniciativa é criar um espaço de encontro para promover a reflexão de temas do campo progressista: “É importante criar um espaço para divulgar obras e para debater o projeto de país que idealizamos“, disse. De acordo com ela, há planos de ampliar o festival para uma segunda edição ano que vem, preferencialmente durante o 1 de maio, em articulação com outros sindicatos e parceiros.

Conforme o presidente do Sinttel-RJ Luiz Antonio Souza da Silva, esta é uma oportunidade para agregar pessoas, movimentos, ideias e ideais, enfrentando o momento histórico de desvalorização generalizada do pensamento crítico e da educação pelo governo atual: “É preciso pensar o que queremos para este pais e o movimento sindical é parte essencial desta discussão. Com este evento, estamos retomando uma tradição dos sindicatos de promover reflexões, educação e informação. Não estamos querendo apenas transformar as lutas coorporativas sindicais, mas é importante entender o olhar que os sindicatos tem sobre a sociedade e apoiar uma reaproximação destas partes“, enfatizou. Silva ainda lembrou que a presença de um número significativo de livrarias nesta primeira edição mostra que há um vigor intelectual no país importante e que não pode ser desconsiderado.

A Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro (ACJM-RJ) também está presente no evento com publicações provenientes de Cuba, além de cartazes de Che Guevara. No próximo mês de outubro, como tradição de seu calendário de atividades para marcar a data da morte de Che, a associação prepara uma série de iniciativas para divulgar o pensamento do líder revolucionário. Especialmente no Festival do Livro Vermelho, as obras vendidas na banca da ACJM-RJ vão auxiliar as vítimas do maior incêndio da história em tanque de petróleo em Cuba que ocorreu no início de agosto deste ano.

Sobre a importância do evento Lícia Hauer, membro da ACJM-RJ salientou: “Atualmente nas livraria há poucos livros do pensamento de esquerda. Há poucos livros de pensamento contrahegemônico. As editoras que lançam material sobre temáticas deste campo ficam excluídas destes estabelecimentos. Sem falar que muitas lojas físicas fecharam, permanecendo apenas online. Um festival do livro que tem palestras com seu autores e ativades culturais possibilita às pessoas se alimentarem um pouco de cultura revolucionária“.

Uma das parceiras do festival, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) está com uma banca onde disponibiliza obras escritas por jornalistas. Conforme a diretora cultural Maria Luiza Franco Busse: “Nesta ocasião temos acesso a uma produção literária crítica sobre as realidades de hoje e de ontem, no intuito de ter uma projeção para o futuro. Trata-se de uma realização estraordinária“. Para mais informações, acesse o site do 1º Festival do Livro Vermelho do Rio de Janeiro (clique aqui).

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por Anders Noren

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