Centro Cultural Justiça Federal do Rio recebe a Mostra de Cinema “Visões Latinas” nesta quinta-feira

“Últimos dias em Havana”, dirigido por Fernando Pérez. Crédito: divulgação.

O Centro Cultural Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro) inaugura quinta feira, 3 de novembro, Visões Latinas, mostra que reúne longas-metragens de diversos países da América Latina e curtas produzidos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro que buscam um diálogo entre assuntos fundamentais da vida contemporânea: racismo, ancestralidade, violência, feminismo, identidade, solidão e LGBTQIAP+. Rodas de conversas e uma exposição pública na Cinelândia compõem a mostra, a ser realizada de 4 a 13 de novembro, com o patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretaria Especial de Integração Metropolitana, através do Projeto Integra Rio.

A entrada é franca e a distribuição das senhas ocorre até 30 minutos antes das exibições por ordem de chegada. Sujeito a lotação, capacidade do cinema é de 56 lugares. Na abertura estarão presentes o secretário Aquiles Barreto e o subsecretário Alberto Szafran. Uma homenagem póstuma a Mauricio Lissovsky na Mostra Visões Latinas também está programada com a exibição do premiado “A pessoa é para o que nasce”, um dos roteiros assinados pelo professor, pesquisador, pensador e historiador da fotografia falecido precocemente em agosto de 2022.

No mesmo dia, ainda ocorre uma apresentação da Orquestra Sinfônica da Maré e o diretor Roberto Berliner, que assinou a direção da obra roteirizada por Lissovsky, falará sobre o filme homenageado. “A pessoa é para o que nasce” conta a história de três irmãs cegas que passaram boa parte de suas vidas ganhando o sustento cantando e tocando ganzá nas feiras de Campina Grande, interior da Paraíba.

Crédito: divulgação.

A mostra traz marcos cinematográficos do cinema latino como o chileno “Uma Mulher Fantástica”, dirigido por Sebastián Lelio, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro de 2017, o colombiano “O Abraço da Serpente”, dirigido por Ciro Guerra e também indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2016, o premiado “Últimos Dias em Havana”, dirigido por Fernando Perez, entre outras pérolas do audiovisual da América Latina que o recorte curatorial reuniu.  A seleção dos curtas também é um presente para o espectador. Entre outros destaques a curadoria selecionou o curta-documentário que narra à história de João Alves de Torres Filho, o Joãosinho da Goméa, o babalorixá baiano que mudou a história do Candomblé, conselheiro de Getúlio e JK, e que encantou Elizabeth II.

Outros destaques são para “Cascudos” e “Neguinho”, dois filmes que vivenciam o real significado de desigualdade. Visões Latinas é uma realização da Empreender Projetos Culturais, que tem como objetivo o desenvolvimento de projetos socioculturais, pois acreditamos que a arte, a cultura e a educação formam cidadãos conscientes, capazes de olhar para o mundo de forma mais plural.

Crédito: divulgação.

Sinopses – Longas

Relatos selvagens 

Escrito e dirigido por Szifron, Relatos Selvagens é um espetáculo visual que conta uma sombria e cômica história de tragédia, amor, decepção, passado e a violência que espreita a superfície do cotidiano. Encontrando-se vulneráveis às mudanças voláteis e imprevisíveis da realidade, os personagens de Relatos Selvagens são empurrados para o abismo e para o prazer inegável de perder o controle, atravessando a linha fina que divide a civilização da brutalidade. O filme é produzido por Hugo Sigman, Pedro Almodóvar e Agustín Almodóvar, com Matías Mosteirin e Esther García Rodriguez atuando como produtores executivos. Indicado ao Oscar de melhor filme internacional em 2015.

 A pessoa é para o que nasce 

Três irmãs cegas. Unidas por esta peripécia incomum do destino, elas viveram toda sua vida cantando e tocando ganzá em troca de esmolas nas cidades e feiras do Nordeste do Brasil. O filme acompanha os afazeres cotidianos dessas mulheres e revela as curiosas estratégias de sobrevivência, da qual participam parentes e vizinhos. Mergulha em sua história, flagrando uma trama complexa de amor e morte, miséria e arte. E acompanha, numa reviravolta inesperada, o efeito-cinema na vida destas mulheres, transformando-as em celebridades. Uma obra em que diretor e personagens confrontam-se com os laços que surgem entre eles, revelando a sedução e os riscos do ofício de documentarista.

Pelo malo

Junior (Samuel Lange Zambrano) é um menino de nove anos que tem cabelo crespo. Ele quer alisá-lo para sua foto no álbum de formatura, para ficar parecido com um cantor famoso. Isso o faz entrar em conflito com a mãe, Marta (Samantha Castillo). Quanto mais Junior tenta melhorar o visual pelo amor da mãe, mais ela o rejeita. Até que ele é encurralado, cara a cara, com uma decisão dolorosa. Vencedor da Concha de Ouro de melhor filme no Festival de San Sebastian (Espanha).

Uma mulher fantástica

Marina (Daniela Vega) é uma mulher transgênero que vive um relacionamento com Orlando (Eugenio Francisco Reyes Morandé), um homem 20 anos mais velho, que deixou a família para viver com ela. Quando o namorado morre, ela se vê diante da raiva e do preconceito da família do falecido parceiro. Marina luta por seu direito de sofrer – com a mesma energia ininterrupta que ela exibiu quando lutou para viver como uma mulher. Vencedor do Oscar de melhor filme internacional em 2018.

Últimos dias em Havana

Havana, dias atuais. Enquanto espera um visto para os Estados Unidos que nunca chega, Miguel (Patricio Wood) lava pratos em uma lanchonete e cuida de Diego (Jorge Martinez), um amigo gay que vem sendo consumido pelo vírus HIV. Diego e Miguel vivem juntos como se fossem o dia e a noite: um é positivo e solar; o outro, calado e soturno. A relação dos dois é totalmente abalada quando o visto de Miguel é liberado.

O abraço da serpente

Karamakate (Nilbio Torres), outrora um poderoso xamã da Amazônia, é o último sobrevivente de seu povo e agora vive em isolamento voluntário nas profundezas da selva. Os anos de solidão absoluta o tornam vazio, privado de emoções e memórias. Sua vida sofre uma reviravolta quando Evan (Brionne Davis), um etnobotânico estadunidense, chega ao seu esconderijo remoto em busca da Yakruna, uma poderosa planta, capaz de ensinar a sonhar. O xamã decide acompanhar o estrangeiro em sua busca, e juntos embarcam em uma viagem ao coração da selva, onde passado, presente e futuro se confundem, fazendo-o aos poucos recuperar suas memórias. Essas lembranças trazem uma dor profunda que não libertará Karamakate até que ele transmita o conhecimento ancestral, que antes parecia destinado a perder-se para sempre.

Festa no céu

Do produtor Guillermo del Toro e do diretor Jorge Gutierrez, o longa metragens dos estúdios Pixar é uma comédia animada de estética única. “Festa no Céu” traz a jornada de Manolo, um jovem que está dividido entre cumprir as expectativas de sua família ou seguir seu coração. Antes de escolher que caminho tomar, ele embarcará em uma incrível aventura em três mundos fantásticos, onde ele deverá enfrentar seus maiores medos. Rico e com uma nova abordagem de sucessos da música pop, o filme nos incentiva a celebrar o passado sempre olhando para o futuro.

Sinopses – Curtas 

Nicinha não vem

Crédito: divulgação.

Acompanhamos um dia de espera para a visita de Nicinha a sua filha em situação de cárcere, enquanto somos levados à realidade de um presídio feminino. Baseado no conto “Por que Nicinha não veio?”, de Lia Vieira. Narração de Noemia Oliveira.

Mente aberta

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Após o fim do relacionamento com sua companheira (Gabriella Santoro), um homem (Luciano Braga) confabula, sozinho, no banho, sobre os motivos pelos quais foi abandonado.

Ladeira não é rampa

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O filme acompanha Antônio (Antônio Ribeiro), um skatista que usa as ruas para fazer suas manobras e busca meios para lançar um filme, em uma cidade que não tem pista de skate e nem cinema.

Cascudos

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Pedrinho (Thiago Xavier) adora se divertir no Fliper. Prestes a bater o recorde numa máquina, um trio de crianças da redondeza chega, e a brincadeira acaba ficando séria. Situada em uma das muitas fronteiras da metrópole fluminense, a história mostra que o “jogo da vida” pode nos separar de diferentes formas.

Neguinho

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Jéssica (Juliana França) e seu filho Zeca (Pedro Moura) são bolsistas em diferentes instituições de ensino e precisam lidar com o racismo da sociedade no cotidiano. O futuro de Zeca fica incerto quando sua mãe é chamada para uma reunião de emergência na escola do filho.

 Joãosinho da Goméia, o rei do Candomblé 

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Joãosinho da Goméa é o narrador de sua própria história neste filme, que apresenta ao público a vida do “Rei do Candomblé” com canções interpretadas pelo líder religioso, performances marcantes que atraíram a atenção do país e do mundo e arquivos que mostram a importância de Joãosinho para as religiões de matriz africana no Brasil.

 Manhã de domingo

Crédito: divulgação.

Gabriela (Raquel Paixão) é uma jovem e talentosa pianista que se prepara para um recital. Às vésperas da apresentação, sonhos com a falecida mãe desestabilizam o emocional de Gabriela, colocando o sucesso do seu recital em risco. A jovem, então, resolve ir em uma busca de uma reconciliação com suas memorias.

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por Anders Noren

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