Coletivo Noroest estreia documentário sobre a história do bairro Perus pela ótica da cultura local

Documentário Autonomia Periférica. Crédito: Victor Godoy.

Até dia 6 de julho de 2023, o Coletivo Noroest (clique aqui) segue com a temporada de estreia do longa-metragem “Autonomia Periférica 2 – Manifesto das Bordas”, com exibições gratuitas do documentário em espaços culturais de Perus, Zona Noroeste da cidade de São Paulo. O longa é a continuação do curta-documentário “Autonomia Periférica”, construído em 2020, em meio ao cenário mais complexo da pandemia da COVID-19, durante o período de isolamento social.

O primeiro documentário teve como fio condutor os recortes históricos da caminhada cultural do grupo periférico Coletivo Noroest e a importância do fazer artístico de seus jovens integrantes que focam suas produções na transformação social, educacional e cultural do bairro Perus. Já o longa “Autonomia Periférica 2 – Manifesto das Bordas”, consiste na materialização da memória dos artistas pioneiros do movimento cultural local, entrelaçando o enredo com elementos da história do bairro de Perus.

Território de grande importância histórica para São Paulo e Brasil, o bairro de Perus é marcado por fatos emblemáticos, como o caso da Greve dos 7 anos dos Queixadas, na Fábrica de Cimento Portiland, além de protagonizar uma forte resistência cultural, como na atuação da Comunidade Cultural Quilombaque e na Ocupação Artística Canhoba, além de valorizar o papel da cultura Hip-Hop como transformação social com a atuação da Casa Hip-Hop Perus.

Documentário Autonomia Periférica. Crédito: Victor Godoy.

A produção audiovisual, que foi desenvolvida ao longo do primeiro semestre de 2023, busca evidenciar a valorização da história do movimento cultural de Perus e de seus artistas pioneiros, por meio do resgate de memória e compartilhamento da base que foi necessária para a construção de um território frutífero, potente e que se tornou referência na produção cultural independente.

Igor Souza, integrante do Coletivo Noroest, destaca que: “o longa-documentário foi todo produzido através do olhar de jovens que nasceram e tem esse território marginal como escola e fonte de conhecimento para diversos aprendizados. Jovens que entendem a importância de preservar a memória e conexão dos manifestos entre gerações”. As ações são todas gratuitas e fazem parte do projeto “Autonomia Periférica” contemplado na 19º edição do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais da SMC – Modalidade 2 (@programavai).

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Sobre o Coletivo Noroest

O Coletivo Noroest desenvolve ações artísticas através do Hip-Hop desde 2015. Surgiu como Crew de Breaking Noroest Gang e atualmente é composto por integrantes do bairro periférico de Perus, Zona Noroeste de São Paulo, região que concentra um dos piores índices socioeconômicos da capital. A partir desta realidade, o grupo acredita que, através do Hip-Hop, é possível conscientizar, humanizar e instruir, potencializando valores sociais e refinando intelectualmente cada pessoa, por se tratar de uma arte genuína, fonte de produção de novos saberes e novas visões de mundo.

Em 2015, foi criado o evento ‘’Quebrada Viva Battle’’ e em 2016 e 2019, o coletivo foi contemplado pelo programa VAI modalidade 1, levando eventos em formato de Jams, com workshops, exposição de graffiti, bate-papo e batalhas de breaking, para praças e pontos de cultura como: Comunidade Cultural Quilombaque Perus, Casa de Hip-Hop Perus, Ocupação Artística Canhoba – Cine Teatro Pandora. O grupo também foi contemplado em 2022 com o projeto “Coletivo Noroest – quebrada viva” contemplado no Edital Proac 34/2020 – Manutenção de corpos artísticos estáveis em favelas e comunidades, com o qual realizou a estreia do espetáculo “Vértebras Quebradas”.

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por Anders Noren

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