Neste domingo passado, 1 de outubro, a China comemorou o septuagésimo quarto aniversário (74º) da fundação de sua República Popular (1949). Esta data nacional, desde 1999, é comemorada com um feriado prolongado de sete dias no país, conhecido como Golden Week (Semana Dourada). Neste ano de 2023, junto ao Dia Nacional, os chineses celebraram também o Festival do Meio Outono (Festival da Lua), no dia 29 de setembro. Trata-se de um período especial no país asiático, onde milhares de chineses deslocam-se internamente pelo território para comemorar com as famílias. Em Beijing, capital do pais, as festividades iniciam com o hasteamento cerimonial da bandeira nacional chinesa na Praça da Paz Celestial ao nascer do Sol, seguida de desfile.
No exterior, celebrações são também promovidas pelas representações diplomáticas da China, em conjunto com as comunidades chinesas e os demais nacionais dos respectivos países em questão. Na quarta-feira passada, dia 27 de setembro, no Rio de Janeiro, Brasil, o Consulado Geral da China, em uma exposição cultural, com direito a performances de Kung Fu e tambores tradicionais chineses, promoveu uma confraternização que contou com a presença de várias autoridades diplomáticas e locais.
Em seu discurso proferido na Associação Atlética Banco do Brasil do Rio de Janeiro (AABB), no bairro Leblon, a cônsul geral da China no Rio, Tian Min, destacou o papel ativo da China no cenário global para a construção de uma ordem mais justa e pacífica e no compromisso do Partido Comunista da China de dar continuidade a um projeto nacional que visa a transformação e modernização da nação chinesa em todas as frentes.
“Nos últimos 74 anos, o PCCh uniu e liderou o povo de todos os grupos étnicos na China a lutar por um futuro próspero. O país passou por mudanças históricas e realizou dois milagres: uma economia com desenvolvimento célere e uma sociedade com características estabilizadas e duradouras. Atingimos os objetivos definidos no plano do ‘primeiro centenário’ de construir uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos, isto é, desatravancamos o problema histórico da pobreza absoluta e estamos avançando em direção às metas definidas no plano do ‘segundo centenário’. Até ao 100º (centésimo) aniversário da criação da República Popular da China, iremos construir de forma abrangente um grande país socialista moderno, próspero, forte, democrático, civilizado, harmonioso e pitoresco. Vamos promover esforços para dar continuidade ao grande rejuvenescimento da nação chinesa com a modernização com características chinesas”, enfatizou a diplomata.
A cônsul lembrou que no atual contexto de difícil recuperação da economia mundial, a economia chinesa foi recuperando e a melhorando, com um crescimento homólogo de 5,5% no primeiro semestre do ano. Na mesma linha, segunda ela, a taxa de contribuição da economia da China para o mundo manteve-se em torno de 30% durante muitos anos consecutivos. A representante do governo chinês lembrou que sua nação é uma importante parceira comercial de mais de 140 países e regiões e sempre foi “a fonte de energia” e “âncora da estabilização” para o desenvolvimento global.
“O mundo de hoje está passando por grandes mudanças seculares sem precedentes e passando por diversos desafios. Na nova conjuntura, a China continuará a executar sua política diplomática externa independente voltada à paz, a seguir o caminho do desenvolvimento pacífico, a fortalecer a cooperação com outros países e explorar conjuntamente soluções para os problemas no mundo e a promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado por toda a humanidade. Quando o presidente Xi Jinping propôs a Iniciativa do Cinturão e Rota, a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global, ele esperava que todos os países do mundo valorizassem o destino da humanidade, abandonassem a mentalidade da Guerra Fria e jogo de soma zero, e se unissem para enfrentar os desafios comuns”, lembrou.
As relações sino-diplomáticas também foram assunto de destaque no discurso da cônsul. Ela ressaltou que a visita do presidente Lula à China em abril deste ano, promoveu o alcance de uma série de consensos importantes, e ambos os países emitiram uma declaração conjunta sobre o aprofundamento da parceria estratégica abrangente e assinaram uma série de documentos de cooperação bilateral nas áreas de comércio, investimento, economia digital, inovação tecnológica, informação e comunicações, erradicação da pobreza, prevenção contra epidemia, aeroespaço e outras áreas.
“Sendo os maiores países em desenvolvimento dos hemisférios oriental e ocidental e países emergentes preponderantes, a China e o Brasil reforçaram a cooperação na reforma do sistema global de governança e nas principais questões internacionais e regionais, promoveram o desenvolvimento do sistema global de governança em uma direção mais justa e razoável, salvaguardaram efetivamente os interesses comuns dos países em desenvolvimento e defenderam a equidade e justiça internacionais. A cooperação regional é um componente de relevância na cooperação bilateral sino-brasileira. Atualmente, existem intercâmbios frequentes entre províncias e cidades chinesas e estados e cidades brasileiras onde o consulado atua. As duas partes estão promovendo uma cooperação prática aprofundada no comércio, investimento, tecnologia, economia digital, cultura, educação e outros domínios com amplas perspectivas”, ressaltou.
No ano de 2024, China e Brasil celebram o 50º (quinquagésimo) aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Segundo a cônsul geral será uma oportunidade única para explorar, expandir e melhorar profundamente o potencial de cooperação, no intuito de beneficiar os dois países e seus povos, em todos os setores da sociedade.
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