1ª Escola Intercultural entre Brasil e Rússia visa promover conhecimento e oportunidades de emprego aos alunos da rede estadual de Belford Roxo, Rio

Crédito: Consulado da Rússia no Rio.

Ontem, dia 15 de fevereiro de 2022, no Colégio Estadual Tenente Otavio Pinheiro, localizado em Belford Roxo, Rio de Janeiro, foi realizada uma iniciativa que visa fomentar o intercâmbio intercultural entre Brasil e Rússia: a criação da primeira Escola Intercultural Brasil Rússia, um projeto conjunto da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade da Amizade dos Povos da Rússia (RUDN). A inauguração contou com a presença dos alunos e autoridades como o cônsul-geral da Federação da Rússia no Rio de Janeiro, Vladimir Gueorguievitch Tokmakov, o secretário estadual de educação, Alexandre Valle, a diretora do Colégio Tenente Otávio Pinheiro, há 11 anos, Denise Alves e a superintendente de projetos estratégicos da Secretaria Estadual de Educação, Vivianne Dorado.

Segundo informado, o projeto visa impulsionar o treinamento a ser realizado por 3 anos aos alunos do ensino médio (de 14/15 a 17/18 anos) como parte de uma escola em tempo integral. A base do programa educacional foi desenvolvida pela Secretaria Estadual de Educação e o programa de disciplinas de especialização foi formulado em conjunto com a RUDN.

O currículo contém disciplinas obrigatórias do ensino geral, que perfazem cerca de 65% de toda a carga de ensino (biologia, física, química, matemática, filosofia, geografia, história, sociologia, artes, educação física, língua e literatura portuguesas, religião, bem como como duas línguas estrangeiras – russo e inglês). Os restantes 35% do currículo foram desenvolvidos em conjunto com a RUDN, incluindo as seguintes disciplinas especializadas, planejadas para serem ensinadas em russo: geopolítica, literatura russa, história da arte, história russa, fundamentos da cultura russa.

Conforme o jornal Extra, o projeto integra o Programa de Escola Intercultural, e o colégio é o quinto na Baixada Fluminense a recebê-lo. Entre os os países que já apresentam instituições escolares com idealizações semelhantes estão: Estados Unidos (Ciep 117 – Carlos Drummond de Andrade, em Nova Iguaçu), China (Ciep 097 – Carlos Chagas Brasil, em Caxias), Turquia (Ciep 218 – Ministro Hermes Lima, em Duque de Caxias) e Japão (Colégio Estadual José Maria de Brito, em Itaguaí) a ser criado ainda este ano.

Segundo a Secretaria de Educação, os objetivos a serem contemplados são: especialização da educação na escola em russo, estudo aprofundado da cultura e história da Rússia no âmbito das disciplinas escolares; formação da entendimento global do mundo pelos alunos, a visão de mundo moderna; promoção do ensino da língua russa; organização da prática de intercâmbios interculturais com a Federação Russa; e a expansão de futuras oportunidades de emprego para graduados da escola. De acordo com o Consulado da Rússia, em janeiro de 2022, a Secretaria de Educação anunciou o lançamento de um concurso de professores para a Escola. Na fase inicial, o recrutamento será realizado entre graduados e pós-graduados de universidades brasileiras, dando preferência àqueles que se formaram no Departamento de Línguas Orientais e Eslavas da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A Secretaria de Educação informou que durante o ano letivo 2022/2023, a educação dentro da escola intercultural acontecerá em duas turmas com um total de 70 pessoas. Até 2024, está previsto aumentar o número de matrículas e estender o currículo com especificidades russas para todos os grupos das classes seniores da escola.

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Promover o conhecimento e a aproximação entre os países foi a linha principal que as autoridade presentes salientaram em entrevistas ao jornal Extra:

A Rússia é um país grande, com uma cultura riquíssima de esporte, de educação, de tudo. As aulas que serão dadas aqui serão um tipo de janela para outro país. Vamos dar todo apoio a esse projeto. É importante não só para os alunos, mas para os nossos povos. Um projeto cultural de grande importância. É a primeira intercultural (russa) aqui no Brasil. Que seja sucesso” — disse o cônsul Tokmakov.

Eu acho de suma importância para a Baixada, para Belford Roxo, trazer uma escola intercultural que não vai só dar a oportunidade de conhecer o idioma russo, mas de conhecer a cultura, os costumes de um outro país, e possivelmente, a gente começar a pensar em fazer convênios onde a gente possa fazer o intercâmbio entre nossos alunos e os alunos na Rússia“, ressaltou o secretário Valle.

Eu acho que eles vão abrir os horizontes para conhecer novas culturas, e tem também a questão de ter oportunidade mesmo a nível superior, porque eles vivem nesse mundinho aqui. Eles vão ver que o mundo não é só Belford Roxo, não é só Rio de Janeiro, não é só Brasil, que eles podem pensar grande, pensar alto, pensar até em ir para outro país, viver, realizar seus sonhos” — afirmou a diretora do colégio Alvez.

 

Os esforços para formular o projeto começaram em 2020, quando a Secretaria de Educação deu início à criação da Escola. Em dezembro de 2021, o jornal O Dia noticiou a criação de um acordo para formalizar a criação do colégio intercultural Brasil-Rússia. Como divulgado, “a decisão foi tomada em encontro do secretário Alexandre Valle e subsecretários da Seeduc com o cônsul geral da Rússia Vladimir Tokmakov”. Na ocasião, o secretário destacou que “as escolas interculturais têm alta frequência de alunos e apresentam bons resultados”.

Crédito: O Dia.

Segundo publicado pelo jornal o Dia, ele também “aproveitou para propor a criação de um colégio estadual vocacionado para o balé, a ser instalado em uma área carente do Rio de Janeiro, com base no tradicional Ballet Bolshoi. A ideia foi aceita pelo cônsul da Federação Russa, que agora promoverá estudos para a viabilidade técnica do projeto”. Consequentemente, o cônsul geral russo Tokmakov, salientou “a importância da cooperação entre os países e de ter um aliado como o Brasil, considerado uma potência na América Latina”. Conforme publicado, o diplomata ainda afirmou: “Esperamos que os professores tragam os conhecimentos russos e levem conhecimentos brasileiros para lá. A formação dos alunos abre uma fronteira e contribui para a continuidade dos estudos“.

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por Anders Noren

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